domingo, 22 de novembro de 2015

“DEVE-SE REDUZIR A MAIORIDADE PENAL NO BRASIL?”

Este artigo tem como objetivo falar sobre um assunto que está sendo motivo de polêmica, a diminuição da maioridade penal, de 18 à 16 anos, mas é de grande importância destacar que esse tema vem sendo discutido desde 1969 decreto lei nº1.004/69 que não chegou a viger.
Vale salientar que atualmente na Câmara dos Deputados foi colocada em pauta a votação da nova lei da maioridade penal com penas mais severas para os menores, o presidente da câmara não satisfeito com o resultado colocou novamente em votação a proposta de emenda constitucional que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos.
É importante explicitar que uma parte da sociedade defende a punição para os menores sem ao menos analisar as raízes do problema, sem questionar o que tem levado esses jovens para a criminalidade. É relevante mostrar que os jovens infratores é fruto de uma sociedade desestruturada. Sabe-se que uma família bem estruturada é primordial para a formação das crianças e jovens como futuros membros de uma sociedade. Para Sílvia Gaspar, 2011.
Atualmente vários estudos psicológicos comprovam que a relação pai, mãe, filho e irmãos é uma realidade tão profunda e intrínseca no ser humano que seu fracasso pode desencadear uma série de situações de desequilíbrio e sofrimento que vai do aspecto individual e psicológico, ao aspecto comunitário e social, até com patologias mais sérias.

Nesse contexto, é visto que nos dias atuais muitas mães criam seus filhos sozinhas, ocasionando muitos problemas em sua formação, isso não quer dizer que elas não tenham capacidade de educá-las, porém a falta da figura do pai na formação dos filhos tem gerado situações adversas, principalmente quando essas mães têm muitos filhos, a dificuldade para criá-los é muito grande.
Nesse sentido, é visto que muitos desses filhos têm adentrado por caminhos escuros, como; drogas, assaltos, assassinatos, dentre outras, portanto está claro que a má formação é dos caminhos para a criminalidade, outro fator decisivo para a delinquência é falta de oportunidade para os nossos jovens, tanto no âmbito de trabalho, quanto no âmbito educacional.
É notório que os jovens de hoje tem mais acesso as informações, ocasionando o amadurecido precoce, porém, isso não justifica as punições severas dessa nova lei no combate das criminalidades entre o público dos menores infratores.
Outro problema que é importante destacar é a falta de estímulo aos jovens, ou seja, muitas vezes o jovem demonstra na escola a sua realidade, por meio de falta de interesse pelas aulas. Para Aline, 2011.

A escola tem dificuldade em lidar com a situação dos alunos. É um problema estrutural. Os professores podem contribuir, mas a escola tem que reestruturar conteúdos, encontrar formas de reconhecê-los como jovens, estar conectada a essa vida, reconhecer outras práticas educativas.

            Para esses jovens a sala de aula é vista como um local desinteressante, caracterizada pela pouca interação, tendo dificuldade de compreensão dos assuntos abordados em sala e falta interesse com o cotidiano escolar.
            Portanto, é visto que muitos desses jovens não conseguem permanecer na escola e veem nela um lugar para fazer amigos, e não lugar para aprender. Sabe-se que esses jovens geralmente repetem de ano e abandonam a escola e consequentemente serão os futuros jovens infratores.
            Evidenciaremos algumas sugestões para a solução dessa temática em questão, onde podemos sugerir mais investimentos na educação, começando pela formação continuada dos docentes, a fim de atender esse público de jovem marginalizado pela sociedade, pois os professores bem preparados podem contribuir na sua formação, outro investimento importante seria na estrutura da escola, de tal forma que possam encontrar formas de inserir com prazer os jovens no âmbito escolar.
            Outra sugestão importante para o resgate dos jovens seria o estímulo ao programa jovem aprendiz, através do governo com parceria com as empresas, onde os jovens entre 14 e 18 podem trabalhar na condição de aprendiz. Sabe-se que o programa Jovem Aprendiz dá oportunidade ao jovem estudar e ao mesmo tempo trabalhar legalmente. Nesse programa o jovem é incentivado a encontrar seu primeiro emprego e, através das leis, têm todos os direitos trabalhistas e previdenciários assegurados, além de ser necessário prosseguir com os estudos, contribuindo para a capacitação profissional do jovem e proporcionando experiência desde cedo, auxiliando o desenvolvimento profissional.
Autora: Maria Eduarda, aluna de uma escola privada de Touros.

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