Muito se fala na mídia voltada para o público masculino do papel do
pai na formação do filho. Sim, uma referência viril é importantíssima
para a construção daquele que um dia será um homem. Mas o que muitos
desses veículos deixam passar, na maioria das vezes, é como a referência
feminina – a mãe, sobretudo – é importante para o futuro adulto.
É com a mãe que um garoto aprende a respeitar as mulheres, mas também
a apreciar e reconhecer sua força, seu dinamismo e o que é o carinho
desinteressado. É claro que falamos das boas mães, as de fato, tenham
elas laços biológicos ou não com um menino. Assim como um pai sensato
forma na filha o conceito do que é um homem decente, uma mãe genuína faz
o filho perceber o que é uma mulher de verdade.
Recentemente, o premiado ator norte-americano Jeff Bridges revelou ao
canal televisivo OWN, dos Estados Unidos, o quanto sua mãe foi
importante em sua formação. Filho do casal de atores Lloyd e Dorothy
Bridges – e irmão mais novo de Beau Bridges, que seguiu a mesma
profissão –, Jeff contou as circunstâncias adversas de seu nascimento.
Quando veio ao mundo, em 1949, seus pais ainda tentavam superar a perda
do bebê anterior, Garrett, que havia morrido 16 meses antes de síndrome
da morte súbita infantil.
Dorothy não abria mão do contato diário com suas crianças. Além do
bebê perdido, ela teve três filhos (Jeff, Beau e Lucinda) e determinou
um compromisso diário que honrou a vida inteira: dedicava uma hora
exclusiva para cada filho, o que os Bridges chamavam de “Tempo” – assim
mesmo, com T maiúsculo.
“Todo dia, por uma hora, eu podia contar que minha mãe teria o
'Tempo' comigo”, explicou Jeff, que poderia ser um passeio,
brincadeiras, contação de histórias ou uma boa conversa, entre muitas
outras coisas. Durante esses momentos, Dorothy se certificava de que
nada os interromperia e de que estaria integralmente presente para
aquele filho. “Ela nem mesmo atendia a telefonemas naquele período e
mandava recado de que retornaria a ligação depois. Eu a percebia
totalmente focada em mim, mas também que curtia muito estar comigo.
Nunca senti que ela fazia isso por mera obrigação.
Fazia de tudo para conseguir aquela hora conosco. Tivemos um
relacionamento maravilhoso”, relata o ator. E não ficou só nisso. Todos
os dias, Dorothy anotava algo num tipo de “diário” que fazia para cada
criança. Quando eles completaram 21 anos, ganharam de presente o diário
completo, uma espécie de biografia do filho segundo o ponto de vista da
mãe. “Até hoje é algo poderoso eu me ver pelos olhos dela ao ler o
diário”, considera Bridges, com um franco e significativo sorriso.
O resto conhecemos bem. Ele foi na telona o alienígena que aprende
sobre humanidade em Starman, um dos primeiros guerreiros virtuais em
Tron, cantou e tocou com o irmão Beau em Susie e os Baker Boys, ganhou o
Oscar como um cantor country em Coração Louco e foi o antagonista em
Homem de Ferro. Mas a influência da dedicação da mãe foi bem além das
telas. Bridges, num costume incomum para o universo hollywoodiano, é
casado com a mesma mulher, Susan, há 40 anos, com quem teve três filhos.
A personalidade firme daquela moça interiorana que ele conheceu
enquanto filmava numa pequena cidade de Montana chamou sua atenção desde
o primeiro contato. Talvez ela tenha despertado a lembrança de outra
mulher marcante cuja influência foi muito importante para o homem
admirado que ele é hoje.
Fonte: universal.org
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