Poeta, compositor e
cantor, Ivanildo Penha como era conhecido, foi professor, quando foi o
coordenador do Curso Médico da UFRN, ajudou na implantação da disciplina
Medicina, Saúde e Espiritualidade. Formado em Medicina pela UFRN (1976),
Ivanildo Cortez de Sousa atuou como professor colaborador da Universidade logo
que concluiu a graduação. Morou em Ribeirão Preto durante seis anos, onde
concluiu sua Residência Médica (1979) e iniciou o Doutorado em Saúde Coletiva
(198NULL), ambos na USP. Além disso, foi Secretário Municipal de Saúde em
Touros, quando atuou na implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade,
fez parte do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC), autor do Hino
Municipal e compositor de muitas músicas que retratavam seu amor pela nossa
terra, um verdadeiro admirador e contemplador das nossas raízes, contribuiu
significativamente para a nossa cidade, nos deixou em setembro de 2021, nos
deixando saudades e um grande legado para a nossa cultura.
O PÁSSARO NOVO PARTIU – Luiz Penha
Pássaro novo foi o último trabalho musical lançado por Ivanildo Cortez de Souza (Ivanildo Penha), em 2012, contendo 15 canções autorais.
Conforme palavras do médico Napoleão de Paiva Souza, proferidas na despedida ao colega de escola, faculdade e parceiro musical, ambos participaram de vários festivais de música de Natal e região, no final dos anos 1960/70, obtendo as primeiras colocações em quase todos eles.
Um dos primeiros registros do trabalho musical de Ivanildo foi no long play Reencontro, lançado durante o governo Cortez Pereira (1971-1975), com a música Mística, parceria de Ivanildo com Napoleão.
Posteriormente participou do Projeto Memória, da UFRN, com a canção Touros, no log play Projeto Memória – 7, e da série Médico Popular Brasileiro, CDs lançados com composições de médicos potiguares, iniciativa da Unimed/Natal.
Ivanildo sempre foi um homem devotado à cultura, especialmente à cultura tourense. Em 1989 criou a Fundação José Porto Filho, juntamente com outros sonhadores como ele, na perspectiva de Touros ter uma instituição cultural que fomentasse as manifestações culturais locais.
Sua primeira iniciativa foi comprar a casa mais antiga de Touros, o casarão onde residia Manoel Cândido, para a casa preservada e tombada passar a ser o museu de Touros e abrigar o Marco de Touros. Sonhou, acreditou, realizou, mas não viu concretizado o seu sonho e de seus parceiros, pois não dependia apenas de seu esforço ou do esforço da instituição cultural.
Em 1989 a fundação cultural reeditou o livro Emoções Rimadas, obra do poeta e ex-prefeito José Porto Filho.
No ano 2000 lançou o CD Touros – Ivanildo Penha e Convidados, reunindo o cancioneiro tourense, canções que hoje encontram-se nas mídias digitais.
Em 2019 participou do CD do primo Carlos Penha, Nossa Praia Em... Cantada, sendo essa sua última participação cultural.
Ivanildo era assim: um homem intenso, apaixonado, sem medidas no que tange a acreditar e investir na cultura. Sua paixão por Touros era sem dimensão e sua poesia retratava essa intensidade e sensibilidade quando escreve e canta na canção NA NATUREZA, “...Touros tem uma tolice que insiste em deixar tão triste aquele que dali partiu/sem saber se algum dia vai poder voltar/Ter alegria de dizer do seu amor...”
Ou no hino do município, o HINO DE TOUROS, oficializado em abril de 2001, produzido a pedido do prefeito, à época, Josemar França,
“...Quando em mim a vida for embora/sei que nada foi em vão/levarei a mais doce ventura/de ser filho deste chão...”
O pássaro novo partiu, nos deixou chorando e cheios de saudades, mas ficou o seu canto, o seu legado cultural e sua memória.
“...Enquanto existir na memória, o véu da tua história sobreviverás...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário