A violência é uma realidade em todo o País. Basta ligar a televisão
para se deparar com diversas reportagens diárias que mostram pessoas
mortas em assaltos, sequestros, crimes passionais, entre outros. Esse
cenário faz com que o sentimento de insegurança aumente cada vez mais.
É o que mostra o levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP), que integra o 10º Anuário da Segurança
Pública. De acordo com a pesquisa, 76% dos 3.625 brasileiros
entrevistados em mais de 217 municípios afirmaram ter medo de serem
mortos.
E o medo não se restringe ao pavor de perder a vida. É muito comum
que uma pessoa que já tenha sido vítima de criminosos fique com receio
de sair de casa, voltar para o lar depois do trabalho ou até mesmo de
trocar de automóvel. As cicatrizes e os traumas têm obrigado muitos a
mudar suas rotinas e viver de forma insegura e infeliz.
Superando os traumas
Segundo o tenente-coronel veterano da Polícia Militar do Estado de
São Paulo Diógenes Lucca, quando a prevenção falha e um assalto
acontece, o trauma é inevitável. “A experiência tem mostrado que poucos
minutos após o evento crítico a tristeza pela perda patrimonial cede
lugar a uma sensação muito ruim de ter sido subjugado ou ter tido a sua
vida ameaçada por um criminoso armado”, analisa.
A psicóloga Niliane Maria de Brito Alves afirma que esse sentimento
pode se tornar patológico. “Ele pode se transformar em transtornos
psicológicos, como fobia e síndrome do pânico, entre outros. Por isso,
as pessoas precisam andar atentas e não podem deixar que esse medo as
paralise. O sentimento não pode ser mais forte”, avalia.
Proteção
Diógenes Lucca cita algumas dicas básicas que reforçam a segurança no
dia a dia. “Controle as suas informações (redes sociais, extratos
bancários, aplicações financeiras, etc.). Não aceite a ajuda de
estranhos em caixa eletrônicos. Antes de sair de casa, observe se há
alguém em atitude suspeita. Muita atenção a motocicleta com dois
ocupantes. Se usar o transporte público, mantenha seus objetos pessoais à
frente do corpo e com facilidade de contato visual”, orienta.
Para quem tem o costume de dirigir, o tenente-coronel diz que a
atenção deve ser redobrada. “Mantenha as portas travadas e janelas
fechadas e não se desconecte do cenário externo por distrações ao
celular. Faça caminhos alternativos para quebrar a rotina e conheça em
cada itinerário os pontos de segurança. Não fique dentro do carro
estacionado. Em caso de pequenos acidentes, pneu furado ou coisas
arremessadas contra o carro, só pare se o lugar for seguro. Há muitos
golpes com essas armadilhas”, conclui.
É importante e essencial cobrar dos governantes a redução das
diferenças sociais e exigir dos órgãos de segurança pública uma melhor
prestação de serviços, além de tomar todos os cuidado preventivos. É
preciso adotar esses comportamentos de segurança na rotina diária para
evitar e até mesmo impedir que atos violentos aconteçam.
Fonte: folhauniversal.org