domingo, 31 de janeiro de 2021

O Tenente Manoel Geraldo Soares e o Catolicismo Romano no Município de Passa e Fica/RN em cordel

Tenente Manoel Geraldo, o amor pela sua religião

Muito fiel aos princípios
Da religião que era católica
Ao início de tudo semeou
A fé como sua maior prova
Pois ele mesmo quem estudava
Lia às escrituras e após explicava
Devoto de Nossa Senhora.

Era um homem muito culto
Em sua casa havia uma estante
De livros uma variedade
E sempre em algum instante
Punha-se no seu canto a lê
Sempre se fez proceder
Por ser um homem brilhante.

Os terço todos os dias
Para eram sagrado
E por ser um católico praticante
Fazia tudo de muito agrado
Seguia jejum de 40 dias
Rigoroso na quaresma exercia
Tudo certo como era mandado.

Mesmo quando idoso
Sua fé foi praticada
O santo rosário por ele
Todos os dias ele rezava
Sem nenhuma interrupção
Foi exemplo de bom cristão
De forma bem detalhada.

Certa vez aconteceu
Que o padre Luiz Adolfo
Veio para conhecer a capela
E se encantou com o seu povo
O convite do patriarca
Do povoado da Barra
Achou bonito aquele esforço.

O senhor Tenente Manoel
Para semear a palavra de Deus Aproveitando então o momento
O convite já estendeu
Para o padre rezar a missa
E o corpo santo ser a partilha
E o dando um sim o respondeu.
O Tenente na sua capela
Ele mesmo quem exaltava
O Divino espírito santo
E a fé compartilhava
Para o seu belo povoado
O senhor Manoel Geraldo
De todo detalhe cuidava.

Então assim ficou certo
Todo mês reafirmado a devoção
E o seu filho José Soares Ribeiro
José Pachico seguia a tradição
Logo cedo a cavalo
E levando outro selado
Para vinda do vigário então.

E o Padre com muito carinho
Vinha a Barra do Geraldo
E ao terminar a missa
Seu filho já preparado
E repetia a trajetória
Essa é uma bela história
Que fez parte do passado.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O missal da capela do tenente

Depois de tantos anos
Para nós é um presente
Saber que ainda há
Uma peça existente
Que pelas suas mãos passou
Esse livro manuseou
Nosso querido Tenente.

Uma peça sacra santa
Chamada de Missal
Sendo Romano em latim
Onde consta o ritual
Para as celebrações
Fez fluir imaginações
Se não haveria sua digital.

Pois o nosso Manoel
Também assim celebrava
Na capela que sempre cheia
Com os fiéis lá da Barra
E os que vinham da Paraíba
Da malva como é conhecida
Até o rio atravessava.

O Tenente sempre presente
Entre terços e romarias
Sem falar no toque do sino
Na hora da Ave Maria
Faz-me assim pensar
Quantas vezes ele veio pegar
Tamanha é a alegria.

Missal Romano em latim
Que ficava no altar
Só ele e o próprio padre
Que podia nele pegar
Talvez por ser cuidadoso
Ou muito religioso
E sabia tão bem zelar.

O missal é do ano
De 1890
Ainda em bom estado
A fé vem ali e sustenta
Do passado ao presente
Uma lembrança do Tenente
Com cheiro da sua presença.

Para ele era importante
A fé e a devoção
Também o zelo com tudo
E fica a imaginação
O missal em bom estado
Por tantos anos guardados
A palavra é gratidão.

Obrigado quem o guardou
Temos-lhe muita gratidão
Um pedacinho de lembrança
Do saudoso Tenente então
Permanece bem viva
Isso muito significa
Para o nosso coração.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O Tenente um devoto fiel

Começo este cordel
Voltando a um passado
Onde começou às tradições
Que por ele foi plantado
Devoto a religião
O Tenente Manoel Geraldo.

Como sempre deixo claro
Faço questão de frisar
O quanto ele era fiel
Sua devoção era exemplar
Seguia todas as regras
Aí de quem viesse quebrar...

Tenente cheio de cultura
Seu nome é de puro valor
Pois sempre pôs em prática
E tudo com muito amor
E se tratando da religião
Era um mestre sim senhor.

Rezava então o terço
Todos os santo dia
Não faltava com a obrigação
No Rosário de Maria
Também fazia parte da rotina
As escrituras ele lia.

Manoel Geraldo Soares
Era um senhor habilidoso
Seguia firme o jejum
Sempre muito rigoroso
Os 40 dias da Quaresma
Mesmo já estando idoso.

Tenente de muitas qualidades
Um homem que escreveu
Uma belíssima história
Que até hoje permaneceu
Pena que não lhe deram
O lugar que era seu.

Uma trajetória tão rica
Que faço questão de contar
E também agradecer
Á todos que apreciar
A história do saudoso
Que merece seu lugar.

Termino mas um cordel
Deixo aqui o obrigado
Em nome dos descendentes
Que resgatam seu legado
E que não caía no esquecimento
Tenente Manoel Geraldo.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O Tenente e o antigo Cruzeiro

Na Barra ainda existe
Um cruzeiro em destaque
Na chegada do povoado
E oque pouco se sabe
Da existência do cruzeiro
E também dos seus detalhes.

Venho através deste cordel
Para poder detalhar
O cruzeiro e seus símbolos
Que estavam a destacar
Em cada ponta daquela cruz
Um símbolo estava lá.

Ele ficava bem ao lado
Da casa da sinha França
Que era uma casa grande
E muitas flores na varanda
Hoje é de seu Manoel Cerino
A casa de muitas lembranças.

O cruzeiro era bem grande
Que ao longe já dava para vê
E em cada ponta da cruz
Símbolos á esclarecer
Pois o seu significado
Eu não saberei dizer.

De um lado soube que tinha
Um símbolo de um martelo
Do outro era um torquês
Tentarei explicar certo
Era uma espécie de alicate
Usado por gente esperto.

E bem no alto daquela cruz
Tinha um símbolo de um galo
Esses símbolos eu queria
Saber o significado
De toda essa simbologia
Deste cruzeiro tão falado.

Deixo aqui uma pergunta
Para algum entendedor
Se souber o significado
Responda-me, por favor,
Pois eu fiquei curiosa
E ninguém me explicou.

Termino aqui esse versos
Retratando o antigo cruzeiro
Lá da Barra do Geraldo
Onde o Tenente primeiro
Construiu sua história
E deixou para os herdeiros.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

A chegada da nova padroeira

Esse dia foi tão lindo
Eu até pude sentir
Nos olhos de quem contou
Que não pude resistir
O brilho daquela cena
Parece até que eu a vi.

Preparam-se para a chegada
E todos alí estavam
Na sede de sua fazenda
Unidos a aguardavam
E o Tenente bem sentado
Viu quando se aproximava.

Nossa senhora Aparecida
Chegou bem amparada
Seu trajeto foi á cavalo
Até chegar a Barra
E em uma mesa grande
A colocaram lá na sala.

A esposa do Tenente
Sua rede alí armou
Em frente aquela imagem
E toda a noite á consagrou
Seus olhos não saiam dela
E a noite inteira admirou...

E todos vieram vê-la
E pedindo suas graças
Assim passou-se a noite
Viraram á madrugada
No outro dia imagine
A festa foi animada.

O dia já amanheceu
Com os estouros lá no céu
Assim comemorava o Tenente
Como um devoto fiel
E levaram para a capela
A imagem sobre um véu.

E foi colocada na capela
A imagem da Aparecida
Que por toda população
Foi muito bem acolhida
E a capela tornou-se a morada
Para a virgem concebida.

A festa de 08 de Dezembro
Ao qual comemorava
Nossa senhora da Conceição
Foi assim então mudada
Para 12 de Outubro
Até hoje comemorada
O Padre que a benzeu
Se chamava Pe. Omar
Ele era de Nova Cruz
E veio a benção lhe dá
A partir daquele dia
Tornou-se padroeira do lugar.

Tenente Manoel
Geraldo Soares
Era um homem de muita fé
Amou muito seu povoado
E hoje onde estiver
Sempre serás lembrado
Venha o tempo que vier.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O Tenente e a promessa

Antigamente lá na Barra
Agora veio confirmar
Nossa Senhora da Conceição
Era a padroeira do lugar
Mas aconteceu um fato
Ao qual eu irei contar.

Um certo dia então
O Tenente foi cavalgar
E o cavalo se assustando
No galope á disparar
Perdeu assim o controle
E seu cavalo veio o derrubar.

O Tenente Manoel Geraldo
Do seu cavalo caiu
Em um monte de espinhos
Que muito se feriu
Foi levado para casa
Muito doente seguiu.

Passou assim muitos dias
Doente e muito febril
Não havia nenhum médico
Tristeza de quem o viu
Naquele tempo passado
Lutou e não desistiu.

Como era muito católico
Começou a Deus clamar
Fez assim uma promessa
Se viesse se curar
Daria o nome São Geraldo
Para promessa pagar.

Antes era Barra do calabouço
O nome daquele lugar
E após a sua cura
O nome veio mudar
Agora Barra do Geraldo
Pela cura que veio abraçar.

Também ele prometeu
A N. Senhora Aparecida
Que agora seria padroeira
E seria bem recebida
Por todos do povoado
Pela sua grande conquista.

Assim o Tenente seguiu
Ao consegui sua cura
Pagou as duas promessas
Mantendo assim a cultura
Das festas comemorativas
Mantendo assim á conduta.

O Tenente era fiel
A fé que ele trazia
Foi uma cura dos céus
Que trouxe grande alegria
E ele a todo o momento
Esta cura agradecia.

Termino deixando o obrigado
Para todos descendentes
Que se unem como família
De uma forma inteligente
Para resgatar a bela história
Do nosso saudoso Tenente.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O Tenente e as missas

A capela do Tenente
Já estava terminada
E também o seu cruzeiro
Que perto ali Ficava
Começou às primeiras missas
E muito bem celebrada.

Deu assim continuação
A este sonho do Tenente
Primeira capela erguida
Onde seguiu fielmente
E reunia seu povoado
Para a celebração solene.

No dia daquela missa
Lá na Barra do Geraldo
Esse dia era seguido
Sempre no mesmo embalo
O Padre era de Nova Cruz
E tinha que ir buscá-lo.

O seu filho José Pacheco
Arrumava os dois cavalos
E ia puxando o outro
Que também todo selado
Com destino a Nova Cruz
Como era combinado.

Traziam assim o Padre
Que fazia a linda celebração
Da Santa Eucaristia
Sempre com muita emoção
A capela ficava lotada
Para receber a benção.

Ao término da palavra
O Padre se despedia
E o Tenente se retirava
E seu filho José seguia
Já selando os cavalos
E tudo se repetia.

Era de fato um sacrifício
Mas tudo era com amor
O Tenente era muito religioso
E esta fé ele plantou
A população da Barra
Lugar que ele fundou.

Tenente Manoel Geraldo
Foste um homem de virtudes
Seus esforços foram válidos
Pelas tuas boas atitudes
Merece todas homenagens
Homem sério e ilustre.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O tenente e o sonho da sua capela

Como sempre eu retorno
Para vos falar do passado
Contar sobre o desejo
E o sonho alcançado
A capela que o Tenente
Sempre tinha planejado.

Sua capela era um sonho
Ao qual fez realizado
Cuidava com um tal zelo
Para ele era sagrado
Tocava o sino todos os dias
Sempre no mesmo horário.

Quantas virtudes tens
Quanto orgulho que lhe temos
Tomava conta de tudo
Retratar tudo queremos
Teus feitos e tua história
Não caía no esquecimento.

Obrigado a todos
Que leem com atenção
Esses singelos cordéis
Que escrevo com paixão
O Tenente Manoel Geraldo
Tem o seu lugar então.

Um nome que escreveu
Uma tão bela história
Digno de todas homenagens
Rica é sua trajetória
Tenente nosso guerreiro
Estarás na nossa memória.

Sua capela foi ao chão
E outra foi construída
O sino que era oriundo
Ainda creio que exista
Na igreja do Catolé
Pense numa história rica.

Digo aquele simples local
Que pelo Tenente foi fundado
Não se esqueçam do valor
E também do seu legado
Tenente e fundador
Da nossa Barra do Geraldo.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

A Barra do Geraldo e as antigas tradições

Hoje é um dia
Que fico a imaginar
Pois era muita comemoração
Todos iam a capela rezar
Lá num tempo passado
Quando era comemorado
A padroeira daquele lugar.

A festa era grande
Mais grande à concentração
Os devotos viam saudar
A Imaculada Conceição
Que foi assim a primeira
Da Barra a padroeira
Por muitos anos então.

Até que veio a promessa
Com a graça alcançada
Onde o tenente recebeu
E a promessa assim foi paga
Mudando a padroeira
Que também foi bem aceita
E também tão venerada.

Em 8 de dezembro
Era muito foguetão
O céu todo clareava
Grande era a devoção
O tenente como fogueteiro
Dava um show verdadeiro
Para a população.

A Barra do Geraldo
Sempre foi abençoada
E às graças concebidas
Em conta foram levadas
E com o tempo a passar
O dia veio mudar
Com a padroeira mudada.

Dia também da família
Olha que data especial
Como não aqui frisar
De um modo bem legal
O tenente sempre teve
A Barra como sangue dele
A família em destaque total.

Dia da família
Dia da imaculada
Dia que lembra o passado
E em cordel vai ficar gravada
Para história do Tenente
A Barra e os descendentes
Permanecerá de mãos dadas.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

A celebração na capela do tenente

Vou aqui iniciar
Um cordel com muito amor
Pois falo de devoção
Que reuniam com louvor
Naquela tão simples e bela
A tão sonhada capela
Que o Tenente formou.

Enquanto o tenente
Rezava com fé o terço
Seu irmão então aguardava
Esse sempre foi o jeito
Pois a sua querida esposa
Era uma das pessoas
Que eram devotas, com efeito,

Cerino a acompanhava
E ficava a aguardar
Depois com seu irmão
Ficava a papear
Eles dois muito se gostavam
E também se respeitavam
De forma a apreciar.

Na capela não havia
Banco para se sentar
Vendo o tempo tão longe
Não era de admirar
E assim com devoção
Os demais sentados no chão
Seguia a celebrar.

Cerino era educado
E muito bem se vestia
Ali parado na porta
Um guardião parecia
Ficava sempre atento
A todo o momento
Assim ele permanecia.

E assim com harmonia
A bela celebração
Da palavra de Deus pai
Pelo Tenente a unção
Que fazia com amor
A fé ele semeou
Honrou a religião.

O Tenente foi fiel
Devoto de coração
Na sua tão simples capela
Fazia a reunião
E explicava a palavra
As escrituras estudavam
Homem de fé e devoção.

Tenente de história
Tenente que semeou
As mais ricas sementes
Que o tempo não apagou
Seu legado é completo
Seus caminhos são repletos
Do bem que sempre pregou.

Sua capela Tenente
É um feito precioso
Que enche o coração
De um bem tão valioso
És um belo exemplo
E falo que nesse momento
Muitos se sentem orgulhoso.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

Doze de outubro da Barra do Geraldo e sua padroeira

Dia de muito festejo
Dia de muita oração
Desde o dia da chegada
Da Virgem da Assunção
Nossa senhora Aparecida
Fez-se padroeira querida
Daquele povoado então.

Pela graça que foi válido
O senhor Tenente Manoel
Assim veio se tornar
Um devoto muito fiel
Da Virgem concebida
Nossa senhora Aparecida
Rainha pura do céu.

Foi imensa alegria
Para aquele povoado
E chegou dessa viagem
Trazida por um encarregado
Foram fogos e muito rojão
Para a  recepção
Ela chegava de cavalo.

Na sede da fazenda
Todos por ela esperava
Inclusive o Tenente
Que ali se ajoelhava
Quando viu o comboio
De longe se ouviu estouro
E todos ali festejava.

Viva a Nossa Senhora
Nossa santa querida
Agora és a padroeira
Ó virgem concebida
Nossa Barra do Geraldo
Recebe-te com agrado
E para ti te dá muitos vivas.

Lá na sede da fazenda
À noite em oração
Era tão grande a alegria
E muita a devoção
Pois recebeu um milagre
E se fez a sua vontade
Para a vigem da Conceição.

A Barra e sua história
Junto assim lado a lado
Da história do Tenente
E também do seu legado
Viva virgem Aparecida
A padroeira querida
Da nossa Barra do Geraldo.

12 de outubro
A Barra do Geraldo
E sua padroeira.

Dia de muito festejo
Dia de muita oração
Desde o dia da chegada
Da Virgem da Assunção
Nossa senhora Aparecida
Fez-se padroeira querida
Daquele povoado então

Pela graça que foi válido
O senhor Tenente Manoel
Assim veio se tornar
Um devoto muito fiel
Da Virgem concebida
Nossa senhora Aparecida
Rainha pura do céu.

Foi imensa alegria
Para aquele povoado
E chegou dessa viagem
Trazida por um encarregado
Foram fogos e muito rojão
Para a  recepção
Ela chegava de cavalo.

Na sede da fazenda
Todos por ela esperava
Inclusive o Tenente
Que ali se ajoelhava
Quando viu o comboio
De longe se ouviu estouro
E todos ali festejavam.

Viva a Nossa Senhora
Nossa santa querida
Agora és a padroeira
Ó virgem concebida
Nossa Barra do Geraldo
Recebe-te com agrado
E para ti te dá muitos vivas.

Lá na sede da fazenda
À noite em oração
Era tão grande a alegria
E muita a devoção
Pois recebeu um milagre
E se fez a sua vontade
Para a virgem da Conceição.

A Barra e sua história
Junto assim lado a lado
Da história do Tenente
E também do seu legado
Viva virgem Aparecida
A padroeira querida
Da nossa Barra do Geraldo.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

O altar da tia Inácia

Falar deste assunto
Ressalta a tradição
O quanto houve obediência
As origens e religião
E também alguns detalhes
Do antigo casarão.

O altar da tia Inácia
Que era filha do Tenente
Era muito bem cuidado
E como me deixa contente
Pois ela era muito devota
E a Deus muito temente.

Este altar era igual
Uma réplica da capela
Os santinhos com pedestal
E tinha as flores mais belas
No centro um oratório
Aberto para orações dela.

Dentro do oratório
A virgem de Aparecida
Outros santinhos menores
Pense numa coisa bonita
A tia Inácia cuidava de tudo
Como o amor da sua vida.

Nos pedestais laterais
Os santos de devoção
São João do carneirinho
E o são Sebastião
Era uma devota fiel
Como seu pai também então.

Dia de novena imagina
Como ficava lotada
Aquela sala e altar
De fé era tomada
E após toda a reza
Os fogos iniciavam.

Estrelinhas e chuveiros
Traques e foguetões
Bombinhas e fogueira
E Também tinha balões
E a festa era animada
Como manda as tradições.

O altar da tia Inácia
Era como se o tenente
Estivesse na sua vida
Sempre muito tão presente
Passado de pai para filha
Se mantendo firmemente.

Termino mas um cordel
Da história do povoado
Ao qual tenho muito respeito
Nossa Barra do Geraldo
Recordando o que foi vivido
Naquele distante passado.

Tenente Manoel Geraldo
Trás uma belíssima história
Contada pelos descendentes
Detalhes da sua trajetória
Homem que deixou legado
E o guardo na memória.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

Saudoso tenente na hora da Ave Maria

Iniciando mais uma viagem
Para aquele belo passado
Aquele nosso lugarejo
Que tanto eu tenho falado
As terras do senhor Tenente
A querida Barra do Geraldo.

A mas linda tradição
Que manteve praticado
O amor à religião
Como o seu Manoel Geraldo
Era um devoto fiel
E às seis horas era sagrado.

Quando ao final do dia
Às seis horas exatamente
Lá seguia para a capela
O nosso saudoso Tenente
Para tocar aquele sino
De forma assim solene.

Tirava o seu velho chapéu
E abaixava a cabeça
E fazia sua oração
E antes que eu me esqueça
Nessa hora o seu povoado
Rezava com muita nobreza.

Após a morte do Tenente
As badaladas não paravam
Na hora da Ave Maria
Todo dia anunciaram
De forma assim também
Continência lê prestaram.

Ao início às badaladas
De joelhos se rezava
Anunciando assim o anjo
Que a Maria visitava
E no altar da capela
Às velas iluminava.

Tenente Manoel Geraldo
Exemplo tão pontual
Às seis horas sem atraso
Os sinos de forma celestial
Quebrava aquele silêncio
Para o que era essencial.

Barra do Geraldo
Lugar cheio de cultura
Sei que aquele que te amou
Hoje vive nas alturas
O senhor Tenente deixou
Sua história de bravura.

Esse passado magnífico
Na Barra fica gravado
No retorno faz o presente
O seu, mas belo legado
Do Tenente fogueteiro
O senhor Manoel Geraldo.

Na hora da Ave Maria
Às seis horas tão solenes
Ajoelha-se na nobreza
E se ora humildemente
E no íntimo pensamento
Se mantenha firmemente.

Continências também te dou
Tenente Manoel Geraldo
Por semear as tradições
Que honram o teu passado
E em minhas orações
Saiba que serás lembrado.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

A nossa Barra do Geraldo

Povoado muito simples
Mas tão cheio de magia
Muitos ali viveram
Momentos de alegria
Nos tempos de sua infância
Que foi vivido naqueles dias.

Filho dos filhos da Barra
Que trazem essa herança
Da geração magnífica
Provou na sua infância
O sabor daquele povoado
Nos tempo daquela festança.

Eram novenas de Nossa Senhora
O mês de maio esperado
Todos terços Mariano
Que era bem celebrado
A chuva de foguetões
Que no céu era tomado.

Era um show de muito brilho
Com faíscas iluminando
As estrelinhas e os traques
As crianças admirando
Há se maio e o mês de junho
Durasse todo o ano.

Mesmo após a triste partida
Do patriarca do lugar
Que deu início a tudo isto
Mas que já não estava lá
Pois foi recolhido por Deus
E no céu sei que foi morar

No céu que muito enfeitou
Com o brilho e magia
Dos fogos e balões
E as girandas que coloria
Aquele espetáculo de luzes
A outro sei que pertenceria.

Foi aí que seu Tiné
Homem muito talentoso
Deu continuidade a tudo
Mesmo sentindo desgosto
Pois recordava seu tio
Que também era seu sogro.

Permanecia alegria
Das festas do povoado
O barulho das Bombinhas
Sempre tudo organizado
E a Barra continuou
Como o Tenente fez desejado.

Deixo os agradecimentos
Ao nosso querido Tiné
Que fez tudo com excelência
E manteve firme e de pé
Dando plena continuidade
A tradição com muita fé.

Tenente Manoel Geraldo
Da Barra o Fundador
Serás sempre lembrado
Meu querido bisavô
Todos teus descendentes
Tem orgulho do senhor...

Tenente Manoel Geraldo Soares
"maio entregue a São João"

Ao iniciar estes versos
Escritos com muito amor
Com a escrita do passado
E a tinta que aventurou
Os primeiros passos dados
Que o tempo não apagou.

Terminando o mês de maio
A Barra não entristecia
Pois honras foram dadas
A nossa virgem Maria
Agora chegando junho
Os festejos se estenderiam.

Os estouros dos foguetões
Do início Mariano
Assim como às novenas
O povoado seguia louvando
A queima de todas as flores
As donzelas iam levando.

Aquela fogueira grande
Era tudo muito bonito
As donzelas rodeando
Entoando lindo bendito
E jogando aquelas flores
Branco eram seus vestidos.

E chegando o mês de junho
Nada muito mudaria
Pois tinha foguetões
Balões e cantoria
O tenente comandava
Era do jeito que queria.

Era colheita de milho
Era pamonha e canjica
Cozido no fogo a lenha
Com manteiga derretida
Assado também na fogueira
Tinha às melhores comidas.

Tenente Manoel Geraldo
Eu fico a imaginar
A alegria nos seus olhos
Quando vinha estourar
Os primeiros fogos no céu
A festa vai começar.

Fogueteiro e Tenente
Homem que fez história
Plantou o início a tradição
Que faz jus a sua memória
Hoje o seu belo legado
É a marca da sua vitória.

Despeço-me da caneta
E da tinta do passado
Entrego o mês Mariano
Como o Manoel Geraldo
Com seus feitos e tradição
Devoto fiel que tem legado.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

Maio da Barra do Geraldo maio do nosso tenente

Chego aqui outra vez
Com imensa satisfação
Para fazer o melhor
De uma simples expressão
Da história que foi vivida
Pelos que aqui já não estão.

Em memória ampla
De todos que um dia
No solo do povoado
Pisou ou pertencia
Em especial aqueles
Que esta história vivia
Imagino ao terminar
Um dia de muito trabalho
Ao entardecer sereno
E um pouco bem cansado
O sol que assim se punha
E todos assim jantado.

Alegria!!!
A noite chegou
A escuridão imensa
Do nosso interior
O cenário muda logo
É muito belo meu senhor.

Acendem assim então
Aquela enorme fogueira
Corre vem para fora
Já acendeu a primeira
E trazem os tamboretes
E as outras acendem ligeiras.

O assunto é um só
Mês da Virgem concebida
Aquela palestra então
Pelo patriarca é interrompida
Pois hoje é 1° de Maio
E as honra por ele vivida.


Eis que o patriarca
Que é um devoto fiel
De Maria virgem Mãe
Já tirou o seu chapéu
Reza um pai nosso
Sem tirar os olhos do céu.

Tenente Manoel Geraldo
Abre o mês Mariano
Com um show magnífico
E seu povoado admirando
Os estouros daqueles fogos
Que no céu alumiando
Deu início às festanças
Viva Maria! viva Maria!
Por todo o povoado
Era só o que ouvia
O mês de maio era assim
Que a Barra recebia.

Eita tempo bom
Como devia ser legal
A união das famílias
Falo de modo geral
Pois havia ter diálogo
E o respeito era formal.

Deixo aqui um pouco
Da nossa Barra do Geraldo
Barra do nosso Tenente
Daquele tempo passado
E deixo também o respeito
A todos do povoado.

Aquelas famílias então
Que naquele belo lugar
Criaram sua família
E muitos ainda estão lá
Saudades eternas daqueles
Que com Deus já foi morar.

Aqui fica uma homenagem
A todas as famílias
Do povoado da Barra
Que viveram ali uns dias
No tempo que o Tenente
Recebia Maio com alegria.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).

As festividades na barra após a morte do tenente

No início da partida
Creio que foi difícil
Pois o nosso saudoso Tenente
Fazia o impossível
E o êxito das festividades
Eram então indiscutíveis.

Mas quem tomou a frente
Fez muito bem o trabalho
Também levava o nome
Do nosso antepassado
Manuel Cerino Soares
O seu sobrinho estimado.

Que além de ser sobrinho
Também ele se tornou
O seu genro respeitado
Porque logo se casou
Com a sua filha Inácia
Tão feliz o Tenente ficou
Seu genro e também sobrinho
Que por Tiné conhecido
Era um homem muito bom
E por sua vez era filho
Do seu irmão Cerino
Que por ele era tão querido.

Assim ele continuou
Com que o Tenente gostava
E até uma engenhoca
Por ele era inventada
Vou tentar aqui descrever
Eita inteligência danada.

Tinha fios de estopim
Que amarrados em um pau
Ficavam suspensos então
Todos achavam muito legal
E na ponta tinha dois bonecos
Era um show fenomenal.

E esses bonecos mágicos
Nesta enorme criatividade
Que eram feitos de papel
Ainda tinham agilidade
Enquanto um rodava a roda
O outro um pilão socava.

Trajava paletó e gravata
Era tudo com muito carinho
Imagino a criançada
Ficavam ali quietinhos
Aguardando aquele show
E ficavam aplaudindo
Dentro daquele boneco
Que a roda muito girava
Havia uma mega surpresa
Que assim finalizava
Aquela festa tão linda
E muito bem preparada.

Quem confeccionava o boneco
Trazia em suas mãos
A herança de um pai
Que marcante foi então
Eram feitos pela Inácia
Retomando a tradição.

Dentro do seu boneco
Havia um coração
Que era uma bomba bem feita
E dava uma enorme explosão
Assim que o estopim acendia
E ia a sua direção.

O Tenente Manoel Geraldo
Deixou um belo legado
E seus filhos não permitiram
Que tudo fosse apagado
Assim de geração a geração
Para nós foi repassado.

Termino aqui então
Mas uma obra em cordel
Frisando como a família
Manteve-se sempre fiel
Dando continuidade ao legado
Como forma de um troféu.

Autora: Silvana Soares Ribeiro Flor (descendente do Tenente Manoel Geraldo Soares, e prima de João Nelo).