Na última semana, um vídeo de uma discussão entre aluno e professor na Escola Estadual de Ensino Médio Professor Otávio Terceiro de Farias, em Fortaleza, no Ceará, viralizou nas redes sociais. Nele, o professor de história, Euclides de Agrela, humilha e, posteriormente, expulsa da sala de aula um aluno evangélico. Entre as agressões verbais, é possível ouvir o docente ofendendo o pastor que, supostamente, é da igreja que o menino frequenta.
A equipe do programa Brasil Notícias, da Rede Aleluia, apresentado pelos jornalistas Ana Carolina Cury e Fernando Silva, tentou entrar em contato com a escola, mas não obteve retorno. Em sua conta pessoal no Facebook, desativada após o vídeo ser divulgado e viralizar, o professor se identificava como “militante do PSOL”.
A questão que chama atenção é a postura dele ao tentar impor ideias, oprimir e ainda agir com preconceito contra os evangélicos. Em entrevista ao programa, o Sociólogo e Doutor em Ciências Políticas, Edson Rildo, lamentou o ocorrido e disse que atitudes como essa prejudicam muito a formação de crianças e adolescentes.
“Quando isso acontece, de fato, é algo a lamentar, porque o educador, de maneira alguma, pode se colocar na posição do aluno, mesmo porque – primeiro - ele é um educador; segundo, como autoridade, ele tem que colocá-la sem autoritarismo. Isso não é bom para a sociedade, não é bom para a democracia e, claro, passa uma imagem muito negativa para os jovens que estão em processo de formação da sua personalidade, do seu caráter. Qualquer ação que possa levar a um ato de intolerância numa sala de aula é, de fato, muito negativo”.
Infelizmente, esse não é um caso isolado. No último mês, em Maceió (capital de Alagoas), um episódio chamou atenção. Um professor do curso de Sociologia do Instituto Federal de Alagoas foi denunciado por fazer ofensas gratuitas aos cristãos em sala de aula. O docente, que não teve o nome divulgado, teria proferido ataques religiosos, gerando desconforto nos alunos. Pelo menos dois deles acabaram se retirando da sala.
O Cientista Político ainda ressalta a importância de a sociedade não fechar os olhos para situações de intolerância, sobretudo, no ambiente escolar.
“Não é algo que a gente possa aceitar, muito pelo contrário; e quando isso acontece, eu acredito que as pessoas envolvidas no caso precisam ser chamadas a atenção, inclusive os próprios docentes, os professores, porque não se deve aceitar isso como algo absolutamente comum”, salientou.
O Doutor Edson esclarece, também, que é essencial que os professores saibam quais são os seus deveres para com a formação dos alunos. “O docente está ali para educar, para ensinar; a escola é uma instituição extremamente importante e os professores têm um papel central na formação do cidadão, e ser cidadão é – acima de tudo – respeitar as diferenças”, acrescentou.
Tiago Garcia, assessor de diversidade religiosa, do Ministério de Direitos Humanos, explica que intolerância religiosa é crime e, por isso, é importante sempre denunciar.
“Cabe reforçar que a intolerância religiosa fere a liberdade e a dignidade humana. Apesar dos números crescentes, ainda há pouca visibilidade dos casos de intolerância e violência religiosa no Brasil. Boa parte das vítimas não procura os órgãos competentes para denunciar”, disse, ressaltando, porém, que as denúncias recebidas na Ouvidoria e no Disque 100 são analisadas, tratadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis; as denúncias poderão ser anônimas, ou quando solicitadas pelo denunciante, é garantido o sigilo da fonte das informações.
(*) Com informações do programa Brasil Notícias
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