A história do racismo no Brasil começa no século 16 com a implantação do projeto escravagista e teve fim no século 19 com a lei Áurea, mas a abolição da escravidão não trouxe a liberdade para este povo que havia nascido escravo e que eram descendentes de várias gerações escravizadas. Após a abolição, mesmo sabendo que eram livres, muitos dos ex-escravos continuaram trabalhando nas mesmas terras, ganhando em troca do trabalho, apenas a alimentação; outros, foram construindo barracos às margens da elite e vivendo no lugar mais baixo da hierarquia da sociedade brasileira, o que não mudou muito até o presente momento, onde acompanhamos, diariamente, cenas de tortura e de morte da população negra, que continua sendo marginalizada e escravizada pelo preconceito racial.
No Brasil se mata vidas negras sem oferecer o direito de defesa e essa semana foi marcada pela morte de João Alberto Silveira Freitas, por seguranças brancos de um dos supermercados CARREFOUR. O vice-presidente Mourão se posicionou afirmando : "para mim, no Brasil não existe RACISMO!" A negação do racismo não está restrita ao vice-presidente, mas também, aparece no silêncio do atual Presidente sobre o assunto e em muitos dos "nossos" posicionamentos, ou não posicionamentos diários.
Negar o racismo que existe em nós, ajuda a reproduzir o preconceito, trazendo a falsa sensação de que ele não existe e esse senso comum vai tratando episódios de violência que envolvem a população negra, como sendo fatos isolados, que podem acontecer com qualquer pessoa, independente de ter mais, ou menos melanina.
O problema existe e negar a sua existência evita que o país desenvolva um projeto sério, que vise combater todo preconceito que sai pelos poros de uma grande maioria do povo deste país. Infelizmente, o "ser humano" costuma julgar inferior qualquer ser que não seja semelhante a ele.
Autora: Nildinha Freitas
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