Por volta do ano de 1870 uma mulher conhecida como Tabaiana vindo da região de Pureza chegou nesta comunidade e tomou conta de um terreno grande que não tinha dono, esse terreno tinha 6 km de extensão e com um tempo, provavelmente em 1877 chega na comunidade uma família que comprou uma parte desse terreno e construiu um engenho, na localidade também chega o senhor Manoel Celestino Pimentel e sua esposa, a senhora Maria Figueiredo Pimentel que se apossou de um outro pedaço de terra que não tinha nenhum dono.
Ao longo do tempo, foi construído um engenho nesta localidade, e segundo moradores houve um acidente, dois homens estavam brincando próximos a um taxo de mel, quando um dos homens caiu nesse taxo, que acabou puxando o outro na tentativa de se salvar , mais no entanto morreram os dois afogados na garapa do mel que estava borbulhando de quente, desgostoso com o fato ocorrido em sua propriedade o dono do engenho desativou o mesmo e o vendeu para seu Manoel Celestino Pimentel e foi morar em São Tomé, seu Manoel comprou os maquinários e as casas do engenho no valor de 150 mil contos de réis que pagou um tempo mais adiante, seu Manoel construiu um novo engenho em suas terras, batizando o mesmo de engenho São Francisco, ele funcionou até o ano de 1959, onde os trabalhadores desse engenho vinham fugidos da seca do sertão para trabalhar no verão e no inverno.
Em 1898 chegou também, vindo da cidade de Rio do Fogo, o senhor João Teodoro de Souza, conhecido na época como “João Monteiro” com sua esposa Maria Isabel Monteiro, seu João herdou de seu sogro João dos Marcos as terras que ele tinha comprado da senhora Tabaiana no valor de 400 contos de réis, nessa mesma época chega a família Belchior e a família Gomes e também um homem rico conhecido como Chandú que compraram a seu João Monteiro um pedaço de terra, sendo com alguns anos depois em 1902 seu João Monteiro constrói em suas terras herdadas um outro engenho que funcionou até o ano de 1962. João Monteiro era muito religioso, devoto de Santa Luzia na data de 13 de dezembro de 1915, seu João traz da cidade de Touros, que na época se chamava “Vila do Bom Jesus dos Navegantes” um padre de sobrenome Leão que realizou a primeira missa na comunidade em uma cabana de palha onde a missa foi dedicada a Santa Luzia.
A data de 13 de dezembro de 1915 é considerada a data de "fundação" da comunidade, com uma ressalva, esta localidade ainda não é emancipada, pertence a Touros. Em 1917 seu João Monteiro reuniu a população local cerca de uns 30 habitantes e construiu no lugar da cabana de palha a 1ª capela na comunidade que até hoje existe ao lado do mercado público. Santa luzia nessa época se chamava Saco, nome dado por que na comunidade morava um senhor que uma vez por semana ia a pé para a cidade de Touros com um saco nas costas fazer suas compras para seu consumo próprio, pois na comunidade não existia na época nenhum tipo de comercio e quando chegava em Touros a população o chamava de o homem do saco, aí rotularam essa comunidade com o nome de Saco.
Essa é a casa mais antiga de Santa Luzia construída em 1892 foi habitada por Manoel Celestino Pimentel
Em 1940 iniciou-se a história da educação na comunidade, através de aulas particulares, vale salientar que a senhora Maria de Lurdes Monteiro dava aulas em sua residência para os filhos dos moradores da comunidade, hoje a casa é habitada por dona Lalinha e em 13 de maio de 1962 no governo Aluízio Alves foi inaugurada a primeira escola na comunidade, a Escola Estadual Prof.ª Rosa Cunha, que atualmente se encontra fechada. No ano de 1957 foi construído e inaugurado o mercado público na comunidade pelo então prefeito de Touros Antônio Severiano da Câmara, ação requerida pelo primeiro vereador da comunidade o vereador João Teodoro de Souza Filho, que era filho de seu João Monteiro.
Em 1965 o Padre Lucena, pároco de Touros, celebrou uma missa na comunidade e propôs aos moradores locais a mudança do nome Saco para o nome Santa Luzia, onde os moradores da comunidade concordaram e a partir de então a comunidade se passou a se chamar Santa Luzia. No ano de1982 chega na comunidade os serviços de água encanada, energia elétrica e a construção das estradas, inclusive a rodovia RN 064 em que passa pelo centro da comunidade. A comunidade hoje é o maior distrito do município de Touros, com mais de 5 mil habitantes.
Fonte: Cícero Pimentel, neto do senhor Manoel Celestino Pimentel
Dona Lalinha parente da família Monteiro
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