Esta
entrevista foi focada nos resultados obtidos através das entrevistas
realizadas individualmente por pessoas com idades diferentes, as mesmas com
idades de 20, 42 e 69 anos. Vale frisar que os entrevistados responderam
questões vivenciadas em suas vidas educacionais.
Apresentação da pesquisa
É
importante explicitar que esta entrevista foi embasada na Antropologia da Educação visando os aspectos deducionais de cada época, ao longo do tempo.
Sabe-se que é de extrema importância conhecer essas realidades para poder
existir uma vasta compreensão das mudanças que ocorreram na educação nestes
últimos anos.
Cabe
frisar, que os entrevistados apresentaram uma diferença educacional totalmente
distinta, demonstrando dificuldades em cada época, como também foi possível
observar o que cada um vivenciou no espaço escolar, suas angústias, seus medos,
enfim, apesar de alguns terem abandonado a escola, outro concluiu com muito
empenho.
Vale
frisar, que cada época era diferente, tanto na maneira de ensinar, como também
de aprender, o conhecimento se adquiria através de métodos tradicionais, com
uma dificuldade gigantesca, condições precárias. Neste contexto, vale frisar
que os pais de antigamente queriam ver os filhos trabalhando, o estudo ficava
em segundo plano. Nesta ótica, é importante deixar evidenciado que os pais de
antigamente achavam que os filhos tinham que crescer logo para se virar na
vida, que era considerada dura e cheia de desafios.
Para
os pais de hoje, é fundamental que os filhos passem a ter mais responsabilidade
e preocupação, para ser responsável e ter que encarar a vida tão difícil, os
pais de hoje preferem ver os filhos só estudando, porque trabalhar é assunto
para só depois da faculdade.
Nessa
perspectiva, fica evidente que mediante as mudanças ocorridas na educação ao
longo do tempo as pessoas se apropriaram do conhecimento, mesmo com as
dificuldades, o conhecimento era possível, mesmo as limitações, com o passar do
tempo foi se adequando a cada realidade.
Antigamente,
aprender a ler e a escrever o nome, estudar até a quarta série, deixar de ir a
escola porque tinha que trabalhar ou tinham dificuldades de aprender alguns
conteúdos, eram situações comuns. A escola antigamente era o lugar daqueles que
podiam estudar.
Os
pais de antigamente exerciam ao máximo sua autoridade sobre os filhos. Eram
autoritários e reprimiam todos os desejos. Pais acovardados e sem autoridade
era impensável. Mesmo sabendo que muitos não incentivavam os seus filhos ao
estudo.
Conversas
sobre a sexualidade antigamente não aconteciam, o professor era apenas um
transmissor de conhecimento. Antigamente os pais ricos simplesmente criavam os
filhos, o ensino se encarregava de dar uma boa educação aos economicamente
privilegiados.
É possível perceber através de relatos que os
castigos eram, portanto, uma prática comum, seu uso era legítimo não apenas no
universo escolar, mas em todo o processo que envolvia relações humanas, sejam
elas entre senhor e escravo, marido e esposa ou pais e filhos, entre outros
exemplos, essas práticas não já não eram vistas com tanta naturalidade, pelos
menos pelas instâncias de poder, pois não estava de acordo com uma sociedade
que se pretendia, civilizada e desenvolvida.
A
palmatória, assim como carteiras, livros, quadro de giz e outros objetos,
faziam parte da cultura escolar de antigamente. Mesmo após a proibição dos
castigos físicos, a palmatória adentrava no século XX como um artefato ainda
inserido na cultura material escolar. A palmatória representava um símbolo de poder,
de hierarquia, de diferenças geracionais e de instrumento civilizatório.
O
emprego da palmatória pode ter diminuído ao longo dos anos, contudo, relatos de
seu uso não foram escassos nos encontros que esta busca nos permitiu. pelo
menos duas pessoas que ouviram minha conversa afirmaram terem familiares que
experimentaram mãos inchadas e doloridas. Uma dessas pessoas foi a senhora
Cleide que aos 42 anos de idade, afirmou, ela mesma, ter apanhado de
palmatória. “foram seis batidas na minha mão, foi horrível, eu tinha 10 anos! E
não adiantava mudar de escola, porque era tudo assim!”
Os
pais de hoje se acovardam diante do poder crescente dos filhos. Existem
crianças que batem de verdade nos pais e eles não sabem como reagir. Alguns
pais de nossa época justificam sua covardia como defesa para o filho não fugir
de casa, os pais de hoje temem a explosão emocional e reação de vingança dos
filhos; também temem serem mal interpretados pelos especialistas e vizinhos de
plantão.
Atualmente,
a escola tem compromisso com a formação integral do ser humano, não bastando
aprender determinados temas. Com a obrigatoriedade do ensino, as crianças estão
na escola, com ou sem dificuldades em aprender. Atualmente, a criança permanece na escola
independente das suas dificuldades pessoais ou de sua família. Ou seja, a
escola moderna deve atender a todos, independente de suas características.
Então, a escola atual vai atender a diversidade.
Diferentemente
da educação do passado, a escola contemporânea precisa articular diversos espaços
para garantir a aprendizagem de seus alunos. Além de expandir o potencial
criativo de crianças e jovens e criar laços com as famílias, as instituições de
ensino do século XXI têm a tarefa de abrir suas portas e estabelecer parcerias
e vínculos com as comunidades onde estão inseridas. Ou seja, a criança que
entra na escola hoje não pode encontrar a mesma estrutura pedagógica de quando
estudaram seus avós.
A
educação brasileira, era muito mais precária, hoje apresenta avanços
significativos no que diz respeito a fatores como infraestrutura, formação de
professores, material didático, inovações tecnológicas, entre outros aspectos
que deveriam favorecer a aprendizagem.
O
ensino ofertado em nossas escolas públicas não tem conseguido dar conta dos
aspectos mais básicos e primordiais da aprendizagem, como aquisição de leitura
e escrita, por exemplo.
É
comum ouvir de professores queixas do tipo os meninos de hoje não leem,
decodificam; os alunos chegam ao final do ensino médio sem compreender o que
leem e sem saber fazer uma redação; o aluno não consegue resolver um problema
simples de matemática porque nem entende o problema, ou seja, o aluno não está
mais aprendendo a ler e a escrever. Está chegando ao final da Educação Básica
com deficiência séria nessa área. Sendo assim, todas as outras áreas do
conhecimento ficam comprometidas uma vez que ele nem sabe escrever nem
compreende o que lê.
Ao
propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em meados
do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e
que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos
anos 1970 e início dos anos 1980.
Portanto vale
frisar que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960, dotar professores de
livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a qualidade da educação está
fortemente aliada à qualidade da formação dos professores. Outro fato é que o
que o professor pensa sobre o ensino determina o que o professor faz quando
ensina.
O
desenvolvimento dos professores é uma condição para o desenvolvimento da escola.
As
exigências quanto a conteúdos, cadernos cheios e inúmeras tarefas que pouco
contribuem no desenvolvimento das habilidades cognitivas, emocionais, físicas e
sociais eram típicos do ensino de antigamente.
O desafio fundamental da escola, para
acompanhar as mudanças do mundo, é evoluir para ser mais relevante e conseguir
que todos aprendam de forma competente a conhecer, a construir seus projetos de
vida e a conviver com os demais. Os processos de organizar o currículo, as
metodologias, os tempos e os espaços precisam ser revistos. Isso é complexo,
necessário e um pouco assustador, porque não temos modelos prévios bem
sucedidos para aprender de forma flexível numa sociedade altamente conectada.
Portanto,
ser educador na escola atual é lidar diretamente com as mudanças que ocorreram
e ocorrem em sua prática profissional, como consequência das mudanças do ser
humano e do mundo, ao mesmo tempo. O
mundo mudou e nossas escolas também.
Abaixo
é possível contextualizar a nossa entrevista seguindo os questionamentos feitos
com os nossos entrevistados.
1. Com quantos anos você foi para escola? 2. Você estudou
até que série? Caso você estude em que série você está? 3. No decorrer de
sua vida você se sentiu descriminado por não ter concluído os seus estudos?
Comente. 4. Você gostava de estudar? Existiam dificuldades? Comente. 5.
Seus pais incentivam ou incentivou em algum momento de sua vida escolar? 6.
Como é, ou era o material escolar? E o lanche? 7. Fale um pouco de sua
professora, ou professor? 8. Relate de um
modo geral o espaço escolar em seus diversos aspectos. 9. O que você mais gostava de fazer na escola? 10. Quais são as
dificuldades para se manter estudando?
Embasado
nos resultados obtidos nas entrevistas é possível perceber a história
educacional de cada participante onde foi questionado com quantos anos cada
indivíduo foi para a escola, e nessa ótica se obteve seguintes respostas. Para
a sr.ª Zélia, foi para escola com 10 anos, Cleide com 4 anos, e Joel com 5
anos, é possível perceber uma diferença entre cada período.
É
notório perceber que a s.ª Zélia estudou através da cartilha do ABC, o conhecido
Mobral, para Cleide, por motivos que relataremos mais adiante, estudou até a 4ª
série, para Joel concluiu o ensino médio sem nenhuma dificuldade.
Vale
salientar que em diferentes épocas é evidente a questão da descriminação em
sala de aula. Porém, para os nossos entrevistados apenas Cleide se sentiu
descriminada mediante a sua pouco idade, ou seja, ela casou muito cedo, se uniu
ao seu esposo com 14 anos, comprometendo seus, então por iniciativa própria deixou a escola.
Sabe-se que as dificuldades há 60 anos eram
muitas, como podemos destacar a distância da escola para casa, não existia
merenda, estudavam na cartilha do ABC, ao passar do tempo à educação foi se
aperfeiçoando, através dos meios mais avançados da educação.
É
perceptível que há 10 anos a educação estava engatilhando, porém as
dificuldades ainda eram bem visíveis. Na atualidade a educação de uma maneira mais
abrangente, ela é mais humanizada e mais fortalecida, mesmo sabendo que ainda é
preciso mudanças, mais muito se avançou. Temos merendas, escolas estruturadas,
informatizada e muito mais.
Antigamente,
praticamente não existia o mínimo para o processo de ensino e aprendizagem, os
pais eram em muitos casos, o primeiro a desmotivar os filhos, atualmente já
mais visível os pais incentivarem seus filhos para o estudo, ou seja, já impõe para
eles irem à escola.
Neste
contexto sabe-se que ao longo do tempo o material escolar foi também se introduzido
em maior frequência na escola, há 60 anos contava apenas com a cartilha do ABC,
o caderno era pequeno, apenas 1 lápis, não existia merenda, o tempo foi passando e as coisas também foram
melhorando, para Cleide já era possível ter acesso a livro, a um caderno maior
e etc. Joel contava com livros, um lanche variado, biscoitos, salada de frutas,
sopas,danone e etc.
Podemos
destacar que a sª Zélia tinha uma professora muito recatada, que se chamava Terezinha, para Cleide a professora
ensinava muito bem, era rígida, tinha palmatória e outros castigos para punir o
aluno indisciplinar, para Joel a professora que marcou sua vida foi Lúcia que o
ensinou na segunda série.
A
escola da época segundo a s.ª Zélia funcionava na Colônia dos pescadores, o
espaço era grande, contava com uma mesa grande e tamboretes. Para Cleide era
uma casa muito pequena, tinha umas cadeiras e estudava com a cartilha do ABC.
Para Joel ainda era um pouco precária a escola, cadeiras, quadro de giz, e
ventiladores.
A
senhora Zélia gostava muito de brincar, podemos destacar as brincadeiras de
roda, de anel e de pega-pega. Para Cleide gostava de ler e de participar de
tudo. Para Joel jogar era seu Hobby preferido, e brincava bastante.
Às
dificuldades para se manter estudando eram muitas, onde podemos destacar a
dificuldade que a sª Zélia tinha para fazer seu nome porém gostava de estudar.
Para Cleide mediante ter casado, dela mesmo surgiu a vontade de não mas
estudar, abandonando a escola, para Joel houve dificuldade mais concluiu o ensino
médio com muito esmero.
Conclui-se,
portanto esta entrevista com a sensação de ver cumprido, pois é relevante
destacar que ao longo do tempo muita coisa mudou, foi evidenciado por meio das
respostas obtidas nos questionamentos feitos a cada entrevistado.
A
mudança na educação brasileira foi bastante visível neste trabalho de campo,
sabemos que as dificuldades de antigamente no que diz respeito a educação era
constante, mas ao passar do tempo isso foi mudando, e muitas conquistas foram
alcançadas na educação, principalmente a abolição dos castigos físicos que era
uma prática muito comum na educação de antigamente.
Atualmente
sabemos que ainda existem dificuldades, porém as facilidades são muitas, só
depende de cada querer estudar, pois hoje contamos com boas escolas, boa
alimentação, transporte escolar, material didático e muito mais.
Podemos
perceber que culturalmente falando muitas coisas na área educacional permanece
da mesma maneira, o que podemos perceber é que antigamente o método era mais
rígido, com uso de castigos para se alcançar bons resultados, nos dias atuais o
método é outro, se usa um método voltado para o construtivismo, onde o aluno
tem a total liberdade para questionar, ou seja, dialogar com professor, pois se
sabe que antigamente o professor era considerado o dono do saber.
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