É dia de comemorar as vitórias que nós mulheres temos alcançado ao longo da história. Direito à educação, direito ao voto, direito de poder dirigir um carro sem o julgamemto masculino, entre tantos outros conquistados pelas lutas dos movimentos feministas espalhados pelo mundo.
Na verdade, somos todos iguais, o que nos separa dos homens são apenas detalhes genéticos que são evidenciados na formação do nosso corpo, no entanto, durante muito tempo fomos tratadas como apenas progenitoras, responsáveis pelos cuidados domésticos e sem direito de opinar em assuntos de homens. Muitas das normas de exclusão foram pregadas durante séculos por religiões diversas, que em muitos de seus textos colocam a mulher abaixo do homem.
Se tivéssemos calado nossa voz, se nossas antepassadas não tivessem lutado por nós, ainda estaríamos na senzala do esquecimento social, ainda estaríamos apenas dando cria a homens e vivendo no total anonimato.
A luta continua e ao que me parece teremos que lutar por muito tempo para que possamos ter a liberdade de andar nas ruas sem sermos assediadas, lutar pelo direito de sermos quem somos, de poder fazer o que acreditamos como certo para nós. A luta é permanente, pois vivemos em um mundo machista, misógino e que mata mulheres todos os dias. E quem mata mulheres ? Homens que foram educados por outras mulheres, o que evidencia que também "temos" nossa parcela de culpa. "Somos" culpadas quando educamos filhos homens com privilégios domésticos, quando não os ensinamos a lavar a louça, a fazer a comida e quando abrimos a boca para dizer: isso não é coisa para homem fazer! "Somos" culpadas pelo machismo quando em nossas rodas de conversa falamos mal de outras mulheres, quando culpamos a amante e não o marido que traí.
É necessário revermos nossas falas, nossas posturas sociais e abolir o machismo que habita em "nós", unindo forças para formarmos uma sociedade igualitária, onde a mulher possa de fato ter motivos para comemorar o dia 08 de março.
Hoje é apenas mais um dia, mas pode ser o começo de uma nova história, porém é preciso se despir do machísmo que habita em "nós" e vestirmos a armadura da luta pela igualdade de gênero, ajudando a construir uma sociedade livre de preconceitos.
Autora: Nildinha Freitas
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