Estamos às vésperas de mais um pleito eleitoral, "festa da democracia". Vale frisar que nossa história de lutas contra todas as formas de opressão e de concentração do poder, encontra eco na tomada de posição de que somos todos iguais. Da sabedoria enciclicar papal (fratelli tutti) extrai-se uma nova definição de política: ...ao amor, a boa política une a esperança, a confiança nas reservas de bem que, apesar de tudo, existem no coração do povo.
Por isso, a vida política autêntica, que se funda no direito e em um diálogo leal entre os sujeitos, renova-se com a convicção de que cada mulher, cada homem e cada geração carregam em si uma promessa que pode irradiar novas energias relacionais, intelectuais, culturais e espirituais.
Reflexão que traz à tona um princípio muito apropriado para o pacto social de que deriva nosso proclamado Estado Democrático de Direito, o da fraternidade, que está no núcleo pétreo de nossas disposições constitucionais.
A opção por uma sociedade mais igual, mais generosa, mais justa e fraterna deve ser sempre a tônica de práticas políticas a serem protagonizadas por nossos bons políticos e que, assim, bem nos representam.
Compareçamos, pois, irmanados para o exercício desse mais relevante direito da cidadania, conscientes de que tal participação é um imperativo reclamado como reconhecimento das conquistas históricas heroicamente alcançadas pelos que nos antecederam e nos legaram a possibilidade de decidir nosso próprio destino.
Lembremo-nos da advertência poética de Neruda: "você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências". Que tudo se inspire, pois, num processo preponderantemente integrador e gerador de ordenamentos jurídicos, políticos e econômicos que congregue a todos, que iguale em direitos gêneros e raças, que rompa as fronteiras que segregam grupos humanos, enfim, que se dirija permanentemente à comunhão de nossa humanidade e, dessa forma, ao bem comum.
Aí está a beleza da vida e vida em abundância em uma sociedade que se quer conduzir pela cultura do encontro em substituição à cultura do descarte, como ainda sugere o Papa jesuíta, citando alguém muito próximo a nós, Vinícius de Moraes, “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.
Que a pacífica participação do povo brasileiro neste importante processo eleitoral nos leve cada vez mais a nos afastarmos dos desencontros da vida.
Fonte: https://mppr.mp.br/ com alterações sem fugir do contexto geral.
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