Quem já não ouviu falar
que o ser humano está sempre insatisfeito? Muitas vezes, essa atitude fica
evidente também na vida profissional, em razão das escolhas que são feitas
nessa área.
Pelo que se percebe, a
grande maioria das pessoas nunca está realizada com o emprego que possui e fica
sempre reclamando de algo que poderia ser diferente, como a estrutura da
empresa, o salário, o chefe (que não enxerga suas qualidades profissionais) ou
sobre o colega que que não faz nada e deixa todo o trabalho pesado para os
outros.
Diversas vezes, vemos
muitos trabalharem sem vontade e demonstrarem isso aos clientes ou para o
público geral e só esperarem pelos benefícios, como o final de semana livre, as
férias ou os bônus de participação nos lucros da empresa.
Uma pesquisa recente,
realizada pela empresa internacional Robert Half, especializada em
recrutamento, parece reforçar ainda mais esse panorama, pois aponta que a
maioria dos profissionais brasileiros quer buscar novas oportunidades em 2016.
O estudo foi realizado com homens e mulheres em agosto do ano passado e
considerou a opinião de 500 profissionais de diferentes idades e regiões do
País.
Segundo o levantamento,
87% dos brasileiros têm alguma intenção de procurar uma nova ocupação.
A avaliação também indica
que a busca por um trabalho novo nos próximos meses é muito provável para 49% e
um pouco provável para 38% e demonstra ainda que a questão salarial é realmente
importante: a maioria (81%) pretende pedir aumento nos próximos 11 meses. A
principal razão para a negociação é o descompasso entre os vencimentos e o
crescimento das responsabilidades (57%), seguido por maior receita para manter
o estilo de vida (22%), mais dinheiro para financiar necessidades básicas (11%)
e salário abaixo do de mercado (9%).
O que é importante?
Para Sandra Oliveira, de
50 anos, coach da Scala, em São Paulo, mesmo que a questão salarial seja
importante, a pessoa precisa ter um propósito profissional para ser mais feliz:
“É esse o motivo que a impulsiona e faz com que ela desempenhe sua atividade
com competência. E, se ela tiver autonomia para realizá-la, com espaço para
pensar e agir conforme aquilo que acredita, será melhor ainda. Quando isso é
atendido, ela se sente mais satisfeito”, diz.
Mas, para a especialista,
isso depende muito da atitude do trabalhador em relação ao seu trabalho e do
que deseja conseguir dentro da empresa. “Tem relação com o modo como você lida
com a sua profissão e o que você faz para que o seu trabalho seja reconhecido
de maneira eficaz. São atitudes relacionadas à sua busca de conhecimento e a
como você atende aos seus clientes, por exemplo. Ações que dependem unicamente
de você”, explica.
Um olho no peixe e outro
no gato
O analista de cobrança
Davi Maciel de Martin, de 37 anos, trabalha em uma instituição financeira e
coloca sempre como prioridade atender a esta necessidade para sentir-se bem no
trabalho e produzir melhor. “Procuro trabalhar com excelência na minha
atividade e não deixo de fazer networking. Sei que profissionais que estão no
mercado têm vantagem sobre os desempregados. É como se fosse uma vitrine mais
atrativa.”
Em outras palavras, como
dizem na linguagem popular, Davi está com um olho no peixe e outro no gato.
“Tenho experiência de mais de 15 anos nessa área e sei que o aprimoramento
sempre vai contar a meu favor dentro da empresa na qual trabalho ou para as que
pesquisam o meu currículo”, afirma.
A atitude de Davi é um
exemplo a ser seguido em qualquer tipo de trabalho. Muitas vezes, os
profissionais estão estagnados ou sem perspectivas porque não procuram mudar a
sua conduta e esperam demais das empresas nas quais trabalham. Parece que os
empregados enxergam somente o seu lado, mas não compreendem que a sua mudança
de atitude pode ser fundamental para o seu crescimento profissional e a sua
valorização dentro da empresa na qual trabalham. Na verdade, deveriam se
preocupar em ser proativos e em mostrar a sua real capacidade, antes de pensar
em mudança de emprego.
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