O Brasil tem acompanhado diariamente,
por meio da mídia, as notícias de corrupção no governo. Não há como não se
chocar diante de somas vultuosas desviadas dos cofres públicos enquanto milhões
de brasileiros vivem no limite e desfrutam de serviços públicos que beiram a
falência. Sabemos que a corrupção não é um problema exclusivo do nosso país.
Ela está em todo o mundo.
Mas, afinal, onde tudo isso
começa? Será que esse é um problema exclusivo dos políticos? Alguém, certa vez,
disse: “Não é a política que torna o candidato ladrão, é o seu voto que torna o
ladrão político.” Partindo desse pensamento, o político ladrão já era mau
caráter antes de ser político.
Uma pesquisa divulgada
recentemente pelo Instituto Data Popular revelou que sete em cada dez
brasileiros admitiram que já tiveram comportamento corrupto em algum momento.
Isso prova que o problema não está apenas em Brasília ou em qualquer esfera dos
poderes constituídos. A corrupção está enraizada nos brasileiros pela cultura
do “jeitinho”, da malandragem e do “talento” de passar alguém para trás.
As quebras de contratos
começam dentro dos lares, quando cônjuges traem e as crianças testemunham tudo
isso. Quando os pais mandam os filhos mentirem ao telefone dizendo que não
estão, porque não querem atender. A família é a célula- mãe da sociedade e é
nela que a corrupção começa. E é por isso que, apesar de tantas prisões e
delações, apesar de tanta sujeira exposta, fica difícil acreditar que o
problema está perto de acabar.
Esse buraco é bem mais fundo
do que se imagina e não dá para arriscar um palpite e dizer quanto tempo ainda
será preciso para nos equipararmos às nações que têm baixo índice de corrupção.
O Brasil, por exemplo, se
destaca no consumo de produtos piratas. E muitos desses consumidores estão
entre aqueles que foram para as ruas protestar contra o governo. Não seria esse
o cúmulo da hipocrisia? Exigimos dos governantes uma conduta idônea e, no entanto,
uma pesquisa aponta que 70% da população já se corrompeu de alguma maneira. O
que você e eu podemos fazer diante desse quadro?
Existe um pensamento
derrotista que diz: “Se você não pode com eles, junte-se a eles.” Certamente,
isso não deve ser considerado. Eu penso que não podemos criar expectativas
irrealistas em relação ao nosso querido País, mas isso não significa que
devemos nos isentar de nossas responsabilidades.
Independentemente do que possa
acontecer da porta de sua casa para fora, procure ser um exemplo dentro dela.
Faça da sua família a sua nação e deixe para os seus filhos um exemplo. Com
certeza, isso não vai mudar o planeta, mas fará uma diferença enorme no mundo
que existe da porta de sua casa para dentro.
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