sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Bullying: humilhação sem limites

 
No Brasil, um em cada dez estudantes de 15 anos é vítima frequente de bullying nas escolas. Esses adolescentes sofrem ataques repetitivos que incluem apelidos pejorativos, insultos, boatos maldosos e agressões físicas. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, análise aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre estudantes de 72 países. 
 
No mundo, 130 milhões de estudantes entre 13 e 15 anos foram vítimas de bullying, o que representa um em cada três jovens, segundo o relatório "Um Rosto Familiar: A violência nas vidas de crianças e adolescentes", do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

O psiquiatra Luiz Scocca explica que o bullying pode gerar consequências graves. “O bullying pode ocasionar vários transtornos psiquiátricos, particularmente a depressão, e até questões mais graves, como suicídio ou mesmo o assassinato, mas o caso de Goiânia não pode ser compreendido apenas à luz do bullying, pois não temos outros detalhes”, pondera. 

A psicóloga Maria Tereza Maldonado concorda que o bullying pode levar a vítima a atitudes extremas, mas isso depende de algumas condições. “Passar da imaginação para a ação e planejar um ato como o homicídio pressupõe um problema emocional maior”, pontua ela, que é autora dos livros A face oculta: uma história de bullying e cyberbullying e Bullying e cyberbullying – o que fazemos com o que fazem conosco?. 

A especialista diz que as intimidações afetam a saúde física e mental e podem se estender ao ambiente digital, o chamado cyberbullying. “O bullying gera sofrimento e reações no corpo. A criança pode ter dores de estômago, de cabeça ou ataques de ansiedade. No cyberbullying, a tecnologia é usada para fazer intimidações e fragilizar a vítima. Ainda há pouca conversa entre pais e filhos sobre o uso responsável da tecnologia e das redes sociais”, alerta. 

Fonte: universal.org

Nenhum comentário: