Vilma Trujillo García, uma jovem nicaraguense de 25 anos, morreu no
fim de fevereiro por não resistir a queimaduras de primeiro e segundo
graus em 80% de seu corpo. Ela foi deliberadamente queimada em uma
fogueira por membros da igreja que frequentava, por causa de uma
“revelação” recebida pela diaconisa Esneyda Orozco.
Segundo a diaconisa, Vilma estava “possuída” e a tal “revelação” lhe
ordenava que a jovem fosse libertada por meio de fogo. A moça foi
amarrada e jogada ao fogo, bem ao estilo da “Santa” Inquisição ou da
caça medieval às bruxas.
De acordo com a Polícia Nacional nicaraguense, Vilma foi levada a uma
“oração de cura” na congregação Visão Celestial das Assembleias de
Deus, em Rosita, noroeste da Nicarágua. Ela teve os pés e as mãos
amarrados e ficou sob a guarda do pastor Juan Gregorio Romero – que a
Assembleia de Deus local não reconhece oficialmente como pastor. Seis
dias depois, a moça foi jogada na fogueira, feita no pátio da igreja.
Apesar de levada a um hospital em Manágua, capital federal, Vilma, que
era mãe de duas meninas, não resistiu.
A
Polícia Nacional interveio e prendeu o suposto pastor, a diaconisa e
outras três pessoas da igreja. Segundo a imprensa local, as autoridades
policiais estão averiguando se o crime foi causado por fanatismo
religioso ou se foi uma vingança pessoal travestida de exorcismo. Seja
qual for o motivo, o que espanta é a conivência de várias pessoas da
congregação.
O marido de Vilma, Reynaldo Peralta, acha que a esposa não estava
possuída, mas era vítima de bruxaria e apresentava comportamento
irregular. Reynaldo disse ainda que a jovem tomava um “remédio” dado por
um homem que a teria estuprado no passado e que, depois de ter começado
a tomar a substância, mudou de comportamento.
Juan Gregorio Romero diz que Vilma não foi jogada ao fogo, mas “caiu quando o espírito saiu do corpo dela”. As autoridades e instituições de defesa dos direitos humanos da
Nicarágua lamentam o fato e alertam para o crescimento de denominações
religiosas irregulares que “doutrinam” gente simples, que não questiona o
que é propagado.
Religião que mata
No caso de Vilma Trujillo, a morte foi a consequência de um ato
deliberado de fanatismo de terceiros. Há outros casos em que muitos
sofrem por causa da religiosidade – prática de rituais e tradições
arraigadas, em vez do contato e do compromisso real com Deus. Entregam
suas vidas a instituições cujas intenções são manter um público “fiel”
por meio de enrolação disfarçada de fé, sem que a verdadeira Salvação e
entrega ao Senhor Jesus sejam a tônica.
Além disso, a vida de muitos homens e mulheres estão atrasadas pelo
erro de se escolher uma religião somente, e não ao Deus Único, que está
muito além de rituais vazios e métodos grotescos.
Fonte: folhauniversal.org
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