Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais brasileiras aponta que, em um período de 10 anos, o percentual de pessoas com problemas glicêmicos, pressão alta e sobrepeso aumentou. Casos de diabetes passaram de 5,5%, em 2006, para 8,9%, em 2016. Os de hipertensão subiram de 22,5% para 25,7% e os de obesidade passaram de 11,8% para 18,9%, no mesmo período, atingindo quase uma em cada cinco pessoas. Entre as mais jovens, na faixa dos 25 aos 44 anos, essa doença chegou a um índice alto: 17%. O excesso de peso também cresceu e passou de 42,6% para 53,8% e está presente em mais da metade dos adultos que residem nas capitais.
O estudo também mostra que esses números estão relacionados à mudança no hábito alimentar da população, que está ingerindo menos ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão caiu de 67,5% para 61,3%. Apenas um em cada três adultos consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana. A combinação de má alimentação com uma vida sedentária e estressante resulta em uma população mais doente, de acordo com os pesquisadores.
Controle e vigilância
Mas o que fazer quando a vida desregrada é o principal fator para esse panorama? Para o educador físico Cristiano Medeiros Pires, de 37 anos, pesquisas como essa servem para que as pessoas fiquem mais vigilantes e mudem seus hábitos completamente. “Em todos os lugares que eu frequento como professor ou como praticante de atividade física, o número de pessoas realizando algum tipo de exercício é muito grande. Eu vejo que elas estão mais conscientes porque as informações sobre atividade física, alimentação e qualidade de vida estão mais disponíveis”, avalia.
Na opinião dele, ter um corpo bonito não é o principal motivo que leva a maioria delas à prática esportiva. “A qualidade de vida é sem dúvida o estímulo inicial. Depois as prioridades podem até mudar. Alguns médicos também têm ajudado bastante e recomendam o esporte por acreditar que o melhor remédio para combater os problemas da vida moderna, como o estresse, a depressão e a obesidade, seja a atividade física”, afirma.
O início
Cristiano dá algumas dicas para quem quer modificar seus hábitos: “a primeira é ir ao médico, fazer um exame completo, escutar e aplicar as recomendações em relação às mudanças de costumes e à dieta. Quando estiver tudo em ordem, encontre uma atividade que lhe dê prazer. Assim, as chances de desistir dela serão menores. Procure também um profissional de educação física. Ele vai auxiliá-lo a alcançar o seu objetivo de forma eficiente, ajudá-lo a controlar a carga das atividades, o número de séries e o tempo para a realização de cada uma delas”, diz.
Sinal de alerta
O comerciário paulista Carlos José Marques, de 48 anos, encontrou na atividade física e na mudança da dieta formas de controlar seus problemas de saúde. “Há um ano e meio estava com dores renais e fui parar no pronto-socorro. Fiz exames de sangue e descobri que estava com diabetes. Na época, não dava tanta importância. Mas há três meses também soube que estava com hipertensão. Ter os dois problemas me fez ligar o sinal de alerta para a minha saúde. Mudei completamente minha alimentação”, conta.
Mais leve
Carlos revela que se sente muito melhor depois dessas mudanças e que sua disposição para as tarefas diárias também se modificou. “Hoje, fazendo a dieta e praticando basquete duas vezes por semana, meus níveis de glicose estão muito bons. A pressão arterial também está controlada. Eu pesava 94 quilos e hoje estou com 81. Perdi 12 quilos em um mês. Acho que até fim do ano estarei com 77 quilos”, planeja.
São vários os fatores que podem contribuir para o surgimento da diabetes, da hipertensão e da obesidade. Elas são doenças sérias e que exigem tratamento adequado. Para quem tem esses problemas ou quer evitá-los, a mudança de comportamento e a busca de informações podem ser os primeiros passos para melhorar a qualidade de vida. É possível progredir quando se toma uma atitude positiva em relação às dificuldades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário