Recentemente, os noticiários divulgaram o caso de uma menina de 12
anos que morreu após uma doença grave nos rins e nos pulmões que foi
diagnosticada erroneamente como gases. Horas antes de morrer, ela foi levada à Unidade Básica de Saúde (UBS)
de seu bairro, em Iperó, São Paulo, mas foi orientada a voltar para
casa. Como o mal-estar persistia, a menina foi levada a outra unidade de
saúde. Contudo, não pôde ser avaliada, pois estava fora da faixa etária
que era atendida no local.
A família seguiu para outro posto médico, onde foi informado que o
quadro, na verdade, era muito grave e que ela estava com edema pulmonar e
insuficiência renal. No entanto, não havia mais tempo para que fosse
tratada. Alguns minutos depois do atendimento, ela faleceu.
Infelizmente, erros em atendimento médico têm sido muito comuns
atualmente. Esse cenário é tão espantoso que a Organização Mundial da
Saúde o reconhece como um problema de saúde pública. E não é para menos,
já que, no mundo todo, acontecem 42,7 milhões de complicações
hospitalares em um universo de 421 milhões de internações realizadas por
ano.
No Brasil, o número de falhas médicas é assustador. Conforme um
estudo divulgado no final de 2016 pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS),
até 434 mil pessoas podem ter morrido em 2015 por erros desse tipo
enquanto estavam hospitalizadas nos sistemas público e privado do País –
o que equivale a dois óbitos a cada três minutos.
De acordo com o estudo, essas mortes estariam à frente daquelas
causadas por doenças do aparelho circulatório (que mataram mais de 339
mil pessoas em 2013) e até por câncer (que respondeu por mais de 196 mil
óbitos em 2013).
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