A maior genialidade não é aquela que vem da carga genética nem a que é produzida pela cultura acadêmica, mas a que é construída no deserto das dificuldades.
Muitos sonhadores desenvolveram áreas nobres da sua inteligência, áreas que todos têm condições de desenvolver. Eles atravessaram turbulências quase que insuperáveis. Suportaram pressões que poucos tolerariam. Alguns foram chamados de loucos, outros, de tolos. Tinham todos os motivos para desistir dos seus sonhos e, em certos momentos, até da própria vida. Mas não desistiram. Quais foram os seus segredos?
Eles fizeram da vida uma aventura. Não foram aprisionados pela rotina. Foram empreendedores, estrategistas, persuasivos, otimistas. Foram sociáveis, observadores, analíticos, críticos. Fizeram escolhas, traçaram metas, e as executaram com paciência. Para o filósofo Kant, "a paciência é amarga, mas seus
frutos são doces". A paciência é o diamante da
personalidade.
Mas a paciência precisa de outro remo para conduzir o barco dos sonhos. Qual? Precisa da coragem para correr riscos. Os maiores riscos para quem sonha são as pedras do caminho. Tropeçamos nas pequenas pedras e não nas grandes montanhas. Quem é controlado pelos riscos e pelos perigos das jornadas não tem resistência emocional. Cedo recua. Você tem essa resistência?
Epicuro acreditava que "os grandes navegadores deviam sua reputação aos temporais e às tempestades". Se você tiver medo das tempestades, nunca navegará pelos mares desconhecidos. Jamais conquistará outros continentes.
Os que transformaram seus sonhos em realidade aprenderam a ser líderes de si mesmos para depois liderar o mundo que os cercava. Tinham uma ambição positiva, queriam transformar a sua sociedade, a sua empresa, o seu espaço afetivo.
Seus sonhos se tornaram realidade porque ganharam um combustível emocional que jamais se apagou, mesmo ao atravessarem chuvas torrenciais. Qual é esse combustível? A paixão pela vida, o amor pela humanidade. Eles foram dominados por um desejo incontrolável de serem úteis para os outros. Quem vive para si mesmo não tem raízes internas.
É possível destruir o sonho de um ser humano quando ele sonha para si, mas é impossível destruir seu sonho quando ele sonha para os outros, a não ser que lhe tirem a vida.
Texto de Augusto Cury, 2013.
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