terça-feira, 20 de junho de 2017

Quando e como expor sua opinião

 
Toda empresa tem uma hierarquia, que nada mais é do que a disposição de diferentes cargos com o objetivo de trazer o cumprimento de metas. Ela facilita o entendimento dos níveis de autoridade dentro de uma organização entre funcionários, gerentes, gestores e diretores. A função de um complementa a do outro, mas, muitas vezes, por conta dessa divisão, quem está em cargos menores acaba anulando suas opiniões e criações.

Para a assessora empresarial Alessandra Souza, cada dia mais os profissionais têm deixado de lado a criatividade e até mesmo o desejo de expor seus pensamentos. “Isso é muito comum em empresas onde o comando dado jamais pode ser questionado. Nessas empresas não existe espaço para o diálogo ou para a implantação de novas ideias. Com isso, mesmo que o colaborador não concorde, ele irá se submeter, em alguns casos por medo da demissão ou de ser coagido pelos colegas”, explica. 

Ela acrescenta que esse perfil de profissional é ruim tanto para a empresa como para si mesmo. “O lado negativo para a pessoa é que seu senso de pertencimento é praticamente zero nesse ambiente e o lado negativo para a empresa é que a omissão do funcionário pode fazer com que se tome prejuízos materiais e imateriais. Mas, infelizmente, é um preço a pagar por não proporcionar espaço de comunicação dentro dos setores”, afirma Alessandra.

Então, como reagir?

Todo ambiente profissional precisa ser regido por alguém. Assim como uma orquestra, em algum momento o maestro direciona e impulsiona os demais para um objetivo elevado, acima do que já estão acostumados. “Na área profissional, de igual modo, é importante que exista alguém que irá direcionar e conduzir para os próximos passos. O essencial é que nunca se perca o respeito. Quando existe respeito, fica fácil conviver com as pessoas, mesmo que elas possuam pensamentos diferentes. Sendo assim, a reação deve ser sempre de tentar falar seu ponto de vista para não se anular profissionalmente”, orienta Alessandra.

Toda divisão de responsabilidade dentro de um setor exige profissionalismo entre os colaboradores, sendo assim, em um cenário onde o funcionário discorda com alguma ideia imposta pelo superior é preciso saber como discordar. “A atitude correta em casos como esse é a de perguntar se pode opinar e, caso a resposta seja positiva, expor opinião e ideia de forma clara e objetiva. Também vale explicar por que acredita que não dará certo da forma que lhe foi apresentada a proposta. Lembrando que, caso sua opinião não faça diferença, é preciso manter uma postura profissional e fazer o que lhe foi pedido. Não é porque você será ouvido que o chefe fará o que você propôs”, afirma. 

A hierarquia se faz presente em várias áreas, como na faculdade, na escola, na família e no trabalho. O modelos traz aspectos positivos e negativos, mas para lidar com ele é preciso agir com três pilares: ética, profissionalismo e excelência. “Desta forma, essa pessoa irá se destacar, pois todas as empresas buscam por profissionais éticos, que possuem a capacidade de expor sem impor e de fazer do respeito mútuo a marca registrada de qualquer ambiente profissional. A ética é um elemento essencial dentro das organizações”, conclui a assessora empresarial.

 O passo a passo
 
- Chame a pessoa responsável pelo setor e fale diretamente com ela. Nada de terceiros.
- Seja claro e objetivo sobre suas ideias. Tentar explicar demais pode ser prejudicial pois a tendência é mudar o foco do que realmente precisa ser dito.
- Demonstre interesse em ver o bem-estar da empresa e deixe claro que essa é a motivação para que você exponha seu ponto de vista.
- Sempre que for falar, demonstre respeito em suas palavras. Às vezes o tom de voz é o maior vilão quando o assunto é delicado.
- Entenda que, mesmo que as escolhas sejam erradas, o seu superior pode também estar com dificuldades em acertar. Ofereça ajuda se for o caso, mas não critique. No lugar dele você poderia agir igual ou até mesmo pior.
- O diálogo e respeito continuam sendo aliados perfeitos em qualquer resolução de conflitos. Use sem moderação!

Alessandra Souza, assessora empresarial

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