segunda-feira, 23 de maio de 2016

As pessoas não se sentem culpadas ao consumir produtos pirateados


Você, com certeza, deve conhecer alguém que tenha o hábito de assistir a filmes em casa, antes mesmo de eles serem lançados e exibidos nas telas dos cinemas. Se você não conhece, talvez já tenha observado como é fácil comprar produtos piratas, sejam eles longas-metragens, séries, CDs de músicas e até mesmo livros. Apesar de ser considerado crime, as pessoas têm tratado esse assunto com muita naturalidade. Uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ) mostrou que um em cada três brasileiros assume consumir esse tipo de material. Mas o artigo 184 do Código Penal é claro quanto a isso e considera crime qualquer reprodução, seja ela total ou parcial, do trabalho de um autor sem autorização do mesmo. Mas, então, por que as pessoas seguem fazendo compras e acessos a produtos considerados ilegais sem qualquer peso na consciência? Segundo um estudo australiano, essa atitude tem explicação. A pesquisa, realizada pelo laboratório de neurociência do Instituto Monash, investigou a reação do cérebro humano quando uma pessoa assiste a conteúdos digitais piratas, por meio on-line. Depois, os pesquisadores fizeram uma comparação quando o acesso se dá por meio de algo tangível, ou seja, algo material. A conclusão foi curiosa. Segundo os questionários respondidos, os cientistas entenderam que as pessoas avaliam de maneiras distintas em seus cérebros os objetos tangíveis e os intangíveis (que não têm corpo físico). Ou seja: o acesso on-line a conteúdos ilícitos traz uma sensação de culpa menor ao usuário, porque eles afirmam não considerar o ato tão grave quanto comprar um objeto fasificado, por exemplo. O curioso disso tudo é que muitas pessoas que mantêm esse tipo de comportamento ilícito também reclamam da corrupção do País. Mas elas seguem assistindo ao seu DVD pirata, fazendo o download daquele livro por meio de um site ilegal, entre outros atos criminosos. Por isso, não se engane: se você trabalha com produtos piratas ou os consome, você está infringindo a lei e pode ser punido por isso. E não adianta reclamar do roubo, da mentira, da deslealdade da nação se as suas atitudes demonstram que você gosta de recorrer ao “jeitinho brasileiro” para obter vantagens. Seja coerente: se você quer viver em um País justo, comece mudando suas atitudes. Elas devem estar sempre em congruência com as suas palavras.

Publicado em 22/05/2016 às 00:05.Por Ana Carolina Cury

Nenhum comentário: