O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta
sexta 13/05, durante a reunião do Conselho de Ministros na Venezuela, que solicitou o
retorno a Caracas do embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castellar, em
razão do afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Estamos revisando o que
acontece na América Latina, o golpe de Estado parlamentar que se deu contra a
presidente constitucional do Brasil, Dilma Rousseff. Pedi ao embaixador no
Brasil, Alberto Castellar, que viesse para uma reunião junto com a
chanceler (Delcy Rodríguez) e o vice presidente executivo (Aristóbulo Istúriz).
Estamos avaliando esta dolorosa página da história do Brasil”, disse Maduro em
cadeia nacional de TV. O anúncio aconteceu no mesmo dia em que o Itamaraty, sob
comando do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, divulgou nota
criticando as declarações feitas por autoridades da Venezuela, Equador,
Bolívia, Cuba, Nicarágua e a direção da União das Nações Sul Americanas
(Unasul) sobre o processo de impeachment de Dilma. Maduro, no entanto, não
mencionou a nota de Serra na sua argumentação. O sucessor de Hugo Chávez
classificou como uma “canalhada” o afastamento de Dilma e se disse preocupado
com a possibilidade de que a queda da petista traga instabilidade a toda a
região. “É uma jogada totalmente injusta contra uma mulher que é uma grande
patriota brasileira que teve coragem de enfrentar a ditadura. Uma canalhada
contra ela, contra sua honra, contra a democracia. Temos de dizer isso a todo o
continente”, afirmou o presidente venezuelano. Maduro manifestou preocupação com
a possibilidade de que o impeachment da presidente do maior país sul-americano
possa trazer de volta à região o “vírus do golpismo” e reações violentas como a
“luta armada da juventude”.
Matéria do Estadão
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