Tudo
começou a vir a público em 2007, quando a pequena Ellie Butler, com apenas 1
mês de vida, deu entrada num hospital e os exames mostraram ferimentos em seu
cérebro, como os produzidos quando um bebê é violentamente agitado por alguém.
Os
médicos alertaram a polícia e foi constatado que o pai da menina, Ben Butler,
(foto ao lado) com histórico de violência, feriu o bebê em um de seus acessos
de fúria. Ellie se recuperou das lesões enquanto Ben foi condenado a um ano e
meio de prisão em 2009. Mas, em 2012, uma verdadeira campanha na mídia, cheia
de emoção, inocentou Ben, ao vender a imagem de que ele procurava ser o “pai
modelo” e que contou inclusive com o apoio de Jeannie Gray, sua esposa e mãe de
Ellie, que fez chorosos apelos na TV. Por causa da pressão popular, a Justiça o
absolveu e a menina, que estava morando com os avós, voltou a residir com os
pais. A polícia protestou e o avô materno da pequena, Neal Gray, avisou a juíza
que se devolvesse Ellie a Ben teria o sangue da pequena em suas mãos. O avô
chegou a gastar todas as economias com advogados, para tentar reaver a neta,
mas não teve sucesso. Sempre que conseguia visitar a menina, que era alegre e
desinibida, notava que ela estava calada, triste e tímida.
Em
outubro de 2013, Ellie, então com 6 anos, foi encontrada morta em casa, em
Sutton, sudoeste de Londres. Segundo a Scotland Yard, a polícia metropolitana
londrina, Ben golpeou a garota na cabeça várias vezes.
A
morte de Ellie, após toda aquela campanha na mídia para inocentar o pai, já era
motivo de sobra de indignação do público, mas, para piorar a situação, Jeannie
tentou encobrir o homicídio do marido contra sua própria filha, fazendo-o
parecer um acidente. Ela deixou a pequena na cama, como se estivesse dormindo,
e mandou o irmão menor chamá-la para comer bolo. O garotinho voltou espantado,
dizendo que ela não acordava, até que a mãe ligou para a emergência.
O
casal foi preso após a Scotland Yard descobrir tudo. O juiz encarregado do caso
afirmou que a mulher era psicologicamente dependente do marido, além de ser
verbal e fisicamente abusada por ele.
Neal,
o avô, relatou que um dia antes do assassinato viu rapidamente a neta, que
estava calada demais e apresentava arranhões e marcas na testa. Tudo isso fez
com que a inocência de Ben esteja sendo revista pela Justiça britânica. Muitos
questionam: se até mesmo uma juíza, que estudou para julgar, cometeu um erro
tão trágico, como pode um leigo fazer julgamentos sobre as pessoas sem nem ao
menos tentar conhecê-las? Como alguém apoia uma causa rendendo-se facilmente às
emoções sem realmente analisá-la? Mesmo que a atitude não resulte em algo tão
grave quanto a morte violenta de uma criança, apelar para o emocional sempre
causa dissabores que poderiam ser evitados, caso a razão fosse usada na hora do
julgamento.
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