sexta-feira, 15 de julho de 2016

Suicídio: uma consequência da crise financeira


As crises financeiras são as principais causas de suicídio no mundo. Conheça histórias de pessoas que perderam tudo e aprenderam como recomeçar do zero.

Eram 7 horas da manhã do dia 21 de junho de 2016. Era o começo do expediente para milhares de pessoas, mas para os funcionários de uma empresa de sofás de Rio Claro, interior de São Paulo, não seria um dia qualquer. Ao chegar ao trabalho, eles encontraram o chefe, Luís Antônio Scussolino, pendurado com uma corda no pescoço no meio do galpão da fábrica. A Polícia Civil registrou o caso como suicídio.

Luís passava por uma fase difícil nos negócios em razão da crise pela qual passa o País, queda nas vendas e, consequentemente, demissão de funcionários. Uma semana antes de pôr fim à própria vida, ele havia demitido mais de 220 pessoas. Medo, tristeza e decepção aparentemente rodeavam a mente dele. Sentimentos que também fazem parte da vida de  muitos empreendedores.

Para Tabatha Moraes, coach e especialista em desenvolvimento humano, as dificuldades empresariais influenciam diretamente nas emoções. “Isso afeta o poder de decisão e, muitas vezes, impede que se tenha clareza na hora de encontrar soluções, como inovar ou criar parcerias estratégias. Em menos de dois anos, cerca de 750 mil empresas fecharam as portas no País”, informa.


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo e o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking. As principais causas são perda do emprego ou falência financeira. Para a psiquiatra Célia Regina Pessanha Mendes, esse dado é alarmante. “Há diversos registros históricos que relacionam o aumento de suicídio às épocas de crise. Na Grande Depressão nos Estados Unidos, por exemplo, muitas empresas faliram e muitas pessoas se suicidaram. Vivemos esse momento atualmente. Sabemos que a economia está em crise”, analisa a especialista.

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