O IMPULSIVO
É preciso ter cautela com o tipo impulsivo. Ele pode ser totalmente transparente, e portanto não oferecer riscos como pode fingir ser o que não é. Vejamos como reconhecer um e outro. O impulsivo sem riscos é aquele que solta as emoções o tempo todo. Se tiver que chorar, chora; se tiver que rir, gargalha; se ficar muito bravo, explode.
Ele pode até magoar, e no mais das vezes magoa mesmo. Mas ao menos você sabe com quem está lidando. Esse tipo de pessoa impulsiva nunca esconde o jogo. Complicado é lidar com o impulsivo fingido. Esse é um perigo em potencial, porque nunca se sabe o que fará, como fará, por que fará e, o pior, a quem fará. Identificar esse tipo de impulsivo é fácil.
Quando provocado, mesmo só um pouquinho, éle cerra os dentes, procurando controlar-se. Pode até sorrir, mas é um sorriso amarelo. E o brilho furioso nos olhos revela exatamente quem ele é e o que está sentindo. Para fingir que está no controle das emoções, e da situação, o impulsivo perigoso fala baixo - até porque, se falasse normalmente, o tom sairia agudo, traindo seu nervosismo - e seus lábios quase não se movem.
Caso se movessem, iriam se abrir, num grito de raiva. E, depois do grito, ninguém mais seguraria a explosão. Aí, mágoa e ressentimento tomam conta de quem está ao lado dele. Um estresse sem fim.
O DISSIMULADO
O tipo dissimulado é muito mais perigoso do que o impulsivo, que explode, põe a raiva para fora, relaxa e em seguida vem conversar, como se nada tivesse acontecido. O dissimulado não é assim. Ele não explode "por fora". Explode "por dentro" - a palavra exata seria implode - e mantém toda a energia negativa guardada, a fim de direcioná-la a suas vítimas.
E faz isso pelas costas, para que ninguém perceba que foi ele quem armou as ciladas para prejudicar aqueles com quem não simpatiza. O dissimulado tem o que a gente chama de "duas caras". Todo sorrisos à nossa frente, é capaz de ser cruel por trás. E, em geral, não costuma ir direto ao ponto, em assunto nenhum. Fica dando voltas, a ponto de a gente até se esquecer de qual era o assunto principal da conversa.
O tom de voz é sempre meloso, mas, se você reparar bem, verá que isso não é natural. É fingido. E a voz costuma soar alterada de maneira inconfundível.
Transmite desconfiança. Outro ponto a levar em conta: as roupas não combinam com a personalidade do dissimulado, que parece pouco à vontade nelas. Sua postura tampouco é natural. Ele mais parece estar num palco, representando uma personagem, do que participando da vida, como todo mundo.
Fonte: Fundação Victor Civita
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