domingo, 15 de janeiro de 2017

Quais os riscos de expor o seu filho nas redes sociais?

 

Na era das redes sociais, postar fotos do dia a dia é uma atividade corriqueira. No universo on-line é comum ver imagens e até vídeos das crianças brincando, comendo, enfim, em momentos de lazer compartilhados pelos próprios pais. Será que essa exposição é saudável? Especialistas alertam que esse hábito, aparentemente inofensivo, pode trazer sérios riscos. 
 
Uma pesquisa divulgada pela empresa de segurança virtual AVG mostrou que 81% dos pais entrevistados em dez países publicam fotos dos filhos. Só aqui no Brasil, o percentual sobe para 94%. 

Recentemente, uma campanha on-line intitulada Desafio da Maternidade, em que mães postavam fotos dos filhos em diversos momentos da vida, chamou a atenção das autoridades internacionais. Na ocasião, a rede social Facebook se pronunciou sobre a questão e pediu cautela aos usuários.

Segundo o portal norte-americano de cultura e tecnologia The Verge, esse cuidado é necessário porque essas fotos podem ser acessadas por pessoas com más intenções, uma vez que qualquer um pode ter acesso. Além do que os pais não sabem quem são os estranhos que verão as imagens – muitos assaltantes e sequestradores têm planejado seus crimes por meios digitais.

Para Adriana Severine, psicóloga especialista em terapia cognitiva comportamental, o perigo se torna ainda maior porque não é possível controlar a circulação dessas fotos. “Elas podem sair do seu grupo restrito e alcançar várias pessoas. Outro problema é que as fotos podem ser usadas em montagens com cunho pornográfico, utilizando o rosto das crianças e divulgando-as em grupos de pedófilos”, alerta.

Outro motivo são os impactos psicoemocionais na vida da criança. Ela pode se deparar com comentários ofensivos (cyberbullying) ou sentir que a sua privacidade foi invadida.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é claro ao pontuar que a inserção de publicações que exponham criança ou adolescente é ilegal, porque é dever do Estado assegurar, com absoluta prioridade, o direito à educação, à dignidade e ao respeito, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, opressão e discriminação.

O que postar?
 
É preciso evitar postar fotos dos bebês sem roupa e do seu filho com outras crianças (caso não exista a prévia autorização dos pais) em alta resolução (para evitar que sejam facilmente editadas) ou ao lado de objetos ou bens de alto valor (para não atrair os olhares de bandidos).

“O ideal é apenas divulgar as fotos para grupos restritos. Deve-se também evitar fotos em que seja fácil identificar a localização das crianças, como, por exemplo, onde elas estudam ou lugares que costumam frequentar. Acredito que o melhor para divulgar – se realmente for necessário – é criar grupos no WhatsApp e enviar para pessoas que fazem parte do seu ciclo de amizade e familiar”, aconselha a psicóloga.

Não há problema em publicar uma foto da família reunida, mas é essencial questionar antes de postar: para quem é esta publicação? Ela pode trazer algum dano para mim ou meus filhos? 

Preservar a imagem das crianças é uma atitude de amor e também uma forma de proteção.

Fonte: universal.org

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