Em qualquer grupo social existem pessoas que pensam ser superiores a
outras por causa do que possuem, dos serviços que fazem ou do cargo que
ocupam. Em razão disso, sentem-se em um nível acima dos demais.
Muitas vezes, elas acabam desprezando quem está em uma posição
supostamente inferior ou que não tem todas as qualidades que elas
reconhecem em si mesmas.
Dentro da Igreja
Infelizmente, no meio cristão, isso também acontece. Por vezes,
muitos daqueles que são mais ativos na Obra de Deus e que pensam fazer
tudo de acordo com a Sua Palavra se deixam levar por esse tipo de
pensamento. O orgulho da sua santidade faz com que excluam, maltratem ou
rejeitem outros que estão descobrindo a fé ou que não têm a mesma
crença.
Essas pessoas, quando apresentadas a alguém, fazem um checklist
mental de qualidades que imaginam que um verdadeiro cristão deveria ter.
O bispo David Higginbotham, escritor do livro Crentes Possessos,
explicou em seu blog que essa lista não é baseada na fé, mas em
estereótipos superficiais: “nas reuniões sociais da igreja, poucos
cristãos tomam tempo para ‘testar os espíritos’. Ao invés disso, eles
preferem usar essa lista de rótulos e ‘quem conhece quem’. Se pessoas
não se encaixam na lista, elas normalmente são ignoradas, mal faladas e
socialmente rejeitadas dentro da igreja”, afirmou o bispo no texto
Esnobismo cristão e credenciais perfeitas.
Além das consequências ruins que essa superioridade traz para a vida
espiritual da própria pessoa, uma vez que o orgulho e a arrogância já
dominaram o coração daqueles que agem dessa forma, isso acaba por
contaminar alguns dos que estão começando a desenvolver sua fé e que
terão aquela forma de agir como exemplo. Além disso, essa postura afasta
ainda mais os que estão fracos e distantes de Deus.
Desde os tempos bíblicos
As
Escrituras Sagradas falam a respeito desses crentes que exalam uma
falsa santidade apenas para se sentir superiores aos demais. E adverte a
respeito dos perigos que isso pode causar.
O Novo Testamento mostra que Jesus entrou diversas vezes em confronto
com os chamados fariseus e escribas – conhecedores da Lei de Moisés na
Antiguidade – porque eles ensinavam uma fé religiosa e cega ao povo. E,
como Jesus significava uma ameaça ao legado daqueles religiosos, eles O
crucificaram.
O livro de Lucas, capítulo 18, conta que Jesus advertiu aos Seus
discípulos e à multidão que O seguia sobre essa fé arrogante. A parábola
fala sobre dois homens, um fariseu e um publicano, que foram ao Templo
orar a Deus. O fariseu dizia ao Senhor: “Ó Deus, graças te dou porque
não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem
ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos
de tudo quanto possuo.” Enquanto isso, o publicano falava assim: “Ó
Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”
Então Jesus deixou o alerta para eles: “Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo
se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será
exaltado”.
Presos ao engano
Mas como muitos acabam se tornando assim, vendo-se tão superiores? O B.M esclareceu que “a hipocrisia é algo desenvolvido pouco a pouco. A
pessoa cansa de perseverar na fé. Ela cansa de viver na obediência à
Palavra de Deus. O hipócrita é aquele que quer mostrar aparência de
santidade”. Essas pessoas não percebem que, quando se consideram
superiores, estão desagradando a Deus. Quando agem apenas para
impressionar aos homens, elas deixam de chamar a atenção do Senhor. No
momento que desprezam o próximo e o julgam, deixam de cumprir os
ensinamentos dados por Jesus em Sua Palavra.
Como mudar?
E o que fazer para mudar essa situação? A Bíblia deixa claro que o
arrependimento sincero diante de Deus, a decisão de seguir
verdadeiramente as Escrituras (tudo e não apenas o que nos agrada) e uma
mudança de postura podem transformar o interior de qualquer pessoa.
Em Filipenses, capítulo 2, Paulo advertiu a igreja: “não atente cada
um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos
outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.
É importante frisar que Deus não nega auxílio a quem está realmente
disposto a abrir o coração e reavaliar suas ações. Nunca é tarde para
escolher um novo caminho e recomeçar.
Fonte: universal.org
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