quarta-feira, 24 de maio de 2017

A arte de se achar superior aos outros


Em qualquer grupo social existem pessoas que pensam ser superiores a outras por causa do que possuem, dos serviços que fazem ou do cargo que ocupam. Em razão disso, sentem-se em um nível acima dos demais. 
 
Muitas vezes, elas acabam desprezando quem está em uma posição supostamente inferior ou que não tem todas as qualidades que elas reconhecem em si mesmas.

Dentro da Igreja
 
Infelizmente, no meio cristão, isso também acontece. Por vezes, muitos daqueles que são mais ativos na Obra de Deus e que pensam fazer tudo de acordo com a Sua Palavra se deixam levar por esse tipo de pensamento. O orgulho da sua santidade faz com que excluam, maltratem ou rejeitem outros que estão descobrindo a fé ou que não têm a mesma crença.

Essas pessoas, quando apresentadas a alguém, fazem um checklist mental de qualidades que imaginam que um verdadeiro cristão deveria ter. O bispo David Higginbotham, escritor do livro Crentes Possessos, explicou em seu blog que essa lista não é baseada na fé, mas em estereótipos superficiais: “nas reuniões sociais da igreja, poucos cristãos tomam tempo para ‘testar os espíritos’. Ao invés disso, eles preferem usar essa lista de rótulos e ‘quem conhece quem’. Se pessoas não se encaixam na lista, elas normalmente são ignoradas, mal faladas e socialmente rejeitadas dentro da igreja”, afirmou o bispo no texto Esnobismo cristão e credenciais perfeitas.

Além das consequências ruins que essa superioridade traz para a vida espiritual da própria pessoa, uma vez que o orgulho e a arrogância já dominaram o coração daqueles que agem dessa forma, isso acaba por contaminar alguns dos que estão começando a desenvolver sua fé e que terão aquela forma de agir como exemplo. Além disso, essa postura afasta ainda mais os que estão fracos e distantes de Deus.

Desde os tempos bíblicos
 
As Escrituras Sagradas falam a respeito desses crentes que exalam uma falsa santidade apenas para se sentir superiores aos demais. E adverte a respeito dos perigos que isso pode causar.

O Novo Testamento mostra que Jesus entrou diversas vezes em confronto com os chamados fariseus e escribas – conhecedores da Lei de Moisés na Antiguidade – porque eles ensinavam uma fé religiosa e cega ao povo. E, como Jesus significava uma ameaça ao legado daqueles religiosos, eles O crucificaram. 

O livro de Lucas, capítulo 18, conta que Jesus advertiu aos Seus discípulos e à multidão que O seguia sobre essa fé arrogante. A parábola fala sobre dois homens, um fariseu e um publicano, que foram ao Templo orar a Deus. O fariseu dizia ao Senhor: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.” Enquanto isso, o publicano falava assim: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” 

Então Jesus deixou o alerta para eles: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.

Presos ao engano

Mas como muitos acabam se tornando assim, vendo-se tão superiores? O B.M esclareceu que “a hipocrisia é algo desenvolvido pouco a pouco. A pessoa cansa de perseverar na fé. Ela cansa de viver na obediência à Palavra de Deus. O hipócrita é aquele que quer mostrar aparência de santidade”. Essas pessoas não percebem que, quando se consideram superiores, estão desagradando a Deus. Quando agem apenas para impressionar aos homens, elas deixam de chamar a atenção do Senhor. No momento que desprezam o próximo e o julgam, deixam de cumprir os ensinamentos dados por Jesus em Sua Palavra.

Como mudar?

E o que fazer para mudar essa situação? A Bíblia deixa claro que o arrependimento sincero diante de Deus, a decisão de seguir verdadeiramente as Escrituras (tudo e não apenas o que nos agrada) e uma mudança de postura podem transformar o interior de qualquer pessoa. 

Em Filipenses, capítulo 2, Paulo advertiu a igreja: “não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.

É importante frisar que Deus não nega auxílio a quem está realmente disposto a abrir o coração e reavaliar suas ações. Nunca é tarde para escolher um novo caminho e recomeçar.

Fonte: universal.org

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