Por Janaina Medeiros / Foto: Fotolia
Para o fumante, acender um cigarro na rua e tragá-lo é uma atitude corriqueira. O ato de fumar também é algo normal para os fumantes, enquanto se toma um cafezinho, lê um livro, navega nas redes sociais ou fala ao celular. Isso ocorre porque fumar não é um hábito isolado. Ao contrário, é uma prática que, na maioria das vezes, está associada a situações do dia a dia e a prazeres da vida, como comer e beber, por exemplo.
Esse comportamento foi constatado recentemente por uma pesquisa realizada pelo Instituto Kantar Public, que entrevistou 17.421 fumantes e ex-fumantes, com 18 anos ou mais, de 13 países, incluindo o Brasil.
Durante o estudo, os pesquisadores detectaram que 54% dos fumantes brasileiros prefere fumar enquanto toma café ou chá, 49% opta por fumar logo após acordar e 48% acende o cigarro depois de alguma refeição.
Por causa desse comportamento, o abandono do vício é prejudicado. “É uma atitude compulsiva. A pessoa não consegue beber um café, por exemplo, sem acender o cigarro junto. Então, o organismo vai estar sempre associando as duas situações”, explica o psicólogo Matheus Cervi Corrêa, especialista em drogas psicoativas.
Ele explica que, geralmente, o fumante não tem consciência dessa associação. “Ele acaba criando mecanismos na memória que fazem com que ele se lembre do cigarro toda vez que repete algo que sempre faz enquanto fuma. Então, parar de fumar acaba sendo mais difícil.”
Essa dependência psicológica é tão intensa nos fumantes quanto a dependência biológica, provocada pelas substâncias tóxicas presentes no cigarro. “A própria nicotina promove o vício não apenas físico, como também psicológico, pois ela afeta as atividades cerebrais”, esclarece o psicólogo.
Outro fato que torna o ato de fumar um hábito considerado normal é não reconhecer que a própria saúde pode estar fragilizada por conta do vício. A maioria dos fumantes sabe que o cigarro é prejudicial, mas não percebe em si os prejuízos físicos decorrentes do cigarro. “A pessoa vai se enganando, principalmente quem é mais jovem, pensando que os problemas acontecem com os outros e não com ela. Mas, se ela tem informações concretas sobre os danos, decide parar mais rápido”, afirma.
Esses danos à saúde são bastante eficientes para motivar o tabagista a decidir lutar pelo abandono do vício. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo vítimas de doenças decorrentes do uso do cigarro. Desse número, 85% é por doenças pulmonares crônicas (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer, 25% por enfermidades coronarianas (angina e infarto) e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral).
Dificuldade
A dificuldade em abandonar o vício de fumar é tão grande que, só no Brasil, existem atualmente 18 milhões de fumantes. Segundo a Pesquisa Especial sobre Tabagismo, fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 52% deles pensa em parar de fumar a longo prazo, 6,7% já fizeram algum tratamento farmacológico e 15,2% tiveram aconselhamento profissional para largar o cigarro.
Os idosos tabagistas são os que mais consideram “normal” fumar até o fim da vida, porque o fato de terem sido tabagistas por muitos anos reforça a dependência, dificultando a decisão de abandonar o vício.
Decidir parar de fumar é o primeiro passo para começar a não mais desejar que o cigarro faça parte de sua vida. Em seguida, é necessário reconhecer que tem dificuldade para conseguir se livrar do vício sozinho.
Método de cura
A dificuldade é comum porque o vício não está relacionado à composição do cigarro, como explica o Bispo Rogério Formigoni, especialista em vícios: “O vício não é causado por uma substância, como a nicotina, mas é um espírito que causa a dependência. Ressalto como exemplo uma pessoa viciada em jogos, que não inala, não bebe, não cheira ou injeta nada, mas tem os mesmos sintomas de uma pessoa viciada em cigarro”.
Por isso, métodos tradicionais indicados para parar de fumar, como adesivos, cigarro eletrônico, goma de mascar, etc., funcionam apenas por um período. “O real problema do viciado é a vontade que não para. Ele pode até ficar sem usar por um tempo, mas a fissura fica latejando dentro dele e, na primeira dor emocional ou diante de uma perda, volta a recorrer ao vício”, declara o especialista.
A principal ferramenta para pôr fim definitivamente ao tabagismo é a fé. “É somente quando o espírito do vício sai que a pessoa passa a ter nojo. Por isso, existe um método de cura definitivo, em que o espírito do vício sai e a pessoa passa a ter repulsa daquilo que o escravizava”, afirma o Bispo.
Como parar de fumar
Se você já tentou inúmeras maneiras para se livrar do vício do cigarro e não conseguiu, ou decidiu agora parar de fumar, participe do Tratamento para a Cura dos Vícios, realizado aos domingos, na Universal. Encontre o endereço mais próximo no site: universal.org/enderecos
Milhares de pessoas ficaram livres desse vício e de outras drogas por meio do tratamento – somente em 2017 foram mais de 350 mil pessoas. Para outras informações, acesse o site: viciotemcura.com.br.
Fonte: universal.org
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