O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de cidades com candidato único para o cargo de prefeito nas eleições deste ano no país. São 32 municípios gaúchos. Houve um salto de 68% no número de cidades nessa situação em relação às 19 registradas em 2012.
Após o Rio Grande do Sul, São Paulo aparece na segunda posição com 17 municípios, sendo seguido por Minas Gerais com 16 cidades. Os dados foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram cruzados pelo G1.
Neste ano, a maioria das cidades gaúchas com apenas um político na disputa para prefeito tem um perfil similar: menos de 8 mil habitantes. Apenas Crissiumal, no Noroeste do estado, está fora desse padrão, com mais de 14 mil moradores.
É possível ver ainda os partidos representados por esses prefeitos. Dos 32 candidatos deste ano no Rio Grande do Sul, 15 são do PP, sete do PMDB, quatro do PDT, dois do PSB e outros quatro do DEM, PRB, PSDB e PTB. Na eleição de 2012, dos 19 candidatos sete eram do PMDB, seis do PT, quatro do PP e três do PDT. Outro dado curioso é que, por duas eleições seguidas, três cidades tiveram só um candidato: Doutor Maurício Cardoso, Mato Queimado, Westfália.
Situação divide opinião de moradores
Em Tio Hugo, no Norte do estado, é a segunda vez que os eleitores vão para as urnas tendo apenas uma opção de voto para prefeito. O candidato é o atual vice-prefeito, Gilso Paz (PDT), que apesar de não deixar a campanha de lado, destaca a vantagem da candidatura única. "Muitas vezes as eleições em municípios pequenos acabam acarretando enormes divergências entre pessoas e nós não queremos dividir a nossa comunidade", diz o candidato.
A funcionária pública Valduze Volmer concorda. "A comunidade está se unindo para fazer uma política de uma forma diferente. E priorizando não siglas partidárias e, sim o desenvolvimento de uma comunidade, de um município", avalia.
Em Condor, no Noroeste do estado, a eleição para prefeito também terá um candidato único. "Aqui aconteceu muita briga, muita encrenca, muita adversidade. Este ano não vai ter, por esse motivo eu concordo", observa o pedreiro Gilnei Silva da Costa.
Mas a falta de opções desagrada alguns moradores. "Para a população poder escolher, em quem votar, que daí se não ter quem tu escolher para votar, tu não tem como cobrar", observa o torneiro mecânico Elias Trindade Moreira
O candidato de Porto Mauá, Leocir Weiss (PP), avalia os gastos de campanha sem adversários. "São mínimos, nós não temos panfletagens, nós não temos. Não há necessidade de ter este gasto extra."
Segundo o secretário judiciário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Rogério Vargas, apenas um voto válido é necessário para o candidato ser eleito. Entretanto, ele faz uma ressalva. "Votos nulos ou em branco não contam para a validade da eleição."
Vargas percebe que, em municípios pequenos, eleições com candidato único para prefeito viraram "tendência". "Vêm crescendo constantemente, parece mais um acordo político. Para nós é uma situação normal, mas atípica." Para quem for votar em uma das 32 cidades, o secretário judiciário salienta que não há diferença alguma no processo. "É tudo igual. Claro, que só um candidato."
Fonte: http://g1.globo.com/
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