segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Síndrome do Pânico: a doença da modernidade


 
No início do mês de outubro, a modelo e atriz norte-americana Kim Kardashian foi feita refém dentro de seu apartamento no Hotel de Pourtalès, em Paris, na França. Os criminosos roubaram cerca de US$ 11 milhões em joias. 

De acordo com o site E! Online, a atriz ficou muito abalada emocionalmente com o episódio, passou a ter flash-backs dos momentos de tensão e começou a fazer terapia. Segundo a página, fontes próximas à modelo informaram que ela estava tendo frequentes crises de pânico. “Ela não está bem, está pior do que pensam. Tem tido ataques de pânico e se recusa a ficar sozinha”, disse uma delas.

O medo de ser assaltada novamente é tão grande que ela não consegue mais sair de casa para cumprir seus compromissos. Kim teria cancelado uma grande festa que faria para comemorar seu aniversário, em Las Vegas, nos Estados Unidos, e decidido ficar reclusa em sua mansão em Los Angeles para se proteger contra novos crimes e desastres. Para isso, providenciou a construção de um “quarto do pânico”, que custará cerca de US$ 100 mil.

Segundo a revista InTouch Weekly, o local que abrigará a família de Kim em caso de assaltos e atentados possuirá muitas câmeras e será resistente a incêndios e terremotos.
Ainda conforme a publicação, fontes afirmaram que essa decisão é mais um sinal de que a modelo ficou mesmo traumatizada com o assalto. “Ela está paranoica e não tem dormido direito”, revelou uma informante.

Que transtorno é esse

O que acontece com Kim é mais comum do que se imagina. Trata-se da Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico (TP), termo mais usado atualmente, que acomete mais de 280 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Conhecida como a doença da modernidade,até pouco tempo atrás, era mais frequente em mulheres do que em homens. Mas esse quadro vem mudando com o passar do tempo. Atualmente, o problema geralmente atinge pessoas entre 21 anos e 40 anos que se encontram em fase de plena realização profissional. São pessoas produtivas, que assumem uma carga excessiva de responsabilidade e possuem tendência a se preocupar excessivamente com problemas do cotidiano. 

Para a psiquiatria, é um distúrbio caracterizado por crises de medo e desespero, que ocorrem em qualquer período do dia e em diferentes situações, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras, participando de uma reunião, assistindo a um filme no cinema ou até mesmo dormindo.

O psiquiatra Isaac Efraim explica que os ataques são repentinos e provocados por uma situação de ansiedade. “Ela ocorre quando a pessoa tem uma sensação de falta de controle, consciente ou inconsciente, que se manifesta através de sintomas agudos de ansiedade generalizada ou localizada, sempre muito intensa”, afirma.

Para caracterizar o transtorno, a pessoa deve sentir pelo menos quatro sintomas relacionados, como taquicardia, tremores, vertigens, dor no peito, sudorese, etc. O pico das crises geralmente dura 10 minutos. Mas, na verdade, bastam 30 segundos para a pessoa, que se sentia bem, ser tomada pela sensação de que vai morrer.

A síndrome pode ser desencadeada por um trauma, como no caso de Kim, mas essa relação não é obrigatória. Muitas pessoas desenvolvem ataques de pânico sem que haja uma causa definida. “Esse distúrbio é nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, sem fatores aparentemente desencadeantes. São pessoas cronicamente ansiosas e controladoras, que manifestam a falta de controle diante de razões reais ou imaginárias”, destaca o especialista.

Fonte: folhauniversal.org

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